Reforma amplia biossegurança e capacidade dos consultórios da Faculdade de Odontologia
Reestruturação das clínicas atendeu exigências sanitárias impostas pela pandemia de covid-19

A Faculdade de Odontologia da UFMG mantém oito clínicas, cada uma com 24 consultórios, além de um bloco cirúrgico, com outros 12 consultórios. Cada um deles conta com uma cadeira para o paciente, além da bandeja de atendimento e demais equipamentos necessários para as consultas. Nesses consultórios foram atendidas, no ano passado, mais de 9 mil pessoas, com ações de prevenção, de atenção integral e de periodontia.
Para responder às exigências de segurança sanitária decorrentes da pandemia da covid-19, as clínicas da Faculdade acabam de passar por obras de readequação. Uma comissão indicou a necessidade de medidas para diminuir o risco de contaminação, como a higienização e a purificação do ar-condicionado, por meio da instalação de filtros HEPA, e reformas arquitetônicas, que incluíam a instalação de novas barreiras sanitárias de vidro e o isolamento das salas de limpeza de instrumental entre as clínicas.
“Entre um ambulatório e outro, havia uma barreira física de concreto com cerca de 1 metro de altura. A pandemia nos mostrou que isso não era suficiente, pois havia a necessidade de um distanciamento maior entre os pacientes para atendermos aos novos requisitos da vigilância sanitária”, conta Patrícia Valente Araújo, vice-diretora da Faculdade de Odontologia e professora do Departamento de Odontologia Restauradora.
Patrícia Valente explica que, antes da reforma dos consultórios, a Faculdade precisou paralisar os atendimentos e, posteriormente, reduzir sua capacidade pela metade. Isso prejudicou os estudantes, que têm aulas práticas nas clínicas, e a comunidade, que contava com o serviço odontológico via Sistema Único de Saúde (SUS).
“Existe o entendimento de que uma distância mínima deve ser respeitada, visto que os pacientes ficam todo o tempo com a boca aberta, o que é um risco para contaminação. A nova regra surgiu na pandemia, mas é algo que beneficiará os pacientes de forma geral e em todos os atendimentos”, avalia a vice-diretora.

O diretor da Faculdade de Odontologia, João Batista Novaes, afirma que a biossegurança dos pacientes deve ser priorizada durante as aulas práticas ministradas nos consultórios. Para ele, a reforma traz segurança para os estudantes, professores e servidores técnico-administrativos que atuam nos atendimentos.
“A questão da biossegurança é primordial para nós, como instituição de ensino, pesquisa e extensão em saúde, e isso abrange desde as barreiras físicas até a esterilização dos materiais e dos artefatos de proteção individual. O paciente agora tem a certeza de que está em um ambiente de máxima biossegurança. Já pensávamos em fazer essa reforma, mas a pandemia provocou a antecipação das obras”, diz Novaes, que é docente do Departamento de Clínica, Patologia e Cirurgia Odontológica

Emenda parlamentar
João Novaes conta que as dificuldades orçamentárias enfrentadas nos últimos anos pelas universidades federais foram superadas por meio de uma verba parlamentar destinada para a readequação das clínicas. O professor Rodrigo Richard da Silveira, do Departamento de Odontologia Restauradora, havia sido professor do vereador Bruno Miranda, que é dentista. Silveira fez então o contato com o vereador, e a UFMG conseguiu a destinação de R$ 1 milhão para a obra, que teve início em agosto de 2023.

“Como dentista, sei da importância de ampliarmos e fortalecermos as políticas de saúde bucal em nosso município, por isso nossa atuação tem essa finalidade. A destinação da verba para a obra dos consultórios da Faculdade de Odontologia da UFMG amplia a oferta de atendimentos e promove o melhor acesso à saúde, além de dar dignidade e salubridade aos profissionais que atuam nas clínicas”, diz o vereador, que foi homenageado no mês passado pela Congregação da Faculdade de Odontologia.
As clínicas da Faculdade atendem todo tipo de demanda, desde a atenção primária – limpeza e restauração simples – até a odontopediatria e a ortodontia. A maioria dos atendimentos é feita pelo SUS. Uma das exceções é a produção de próteses, um serviço pago, pois não é coberto pelo SUS. “Nesses casos, cobramos apenas a produção da prótese, que é feita em laboratório. Assim, o tratamento sai muito mais barato do que se fosse feito em consultórios particulares”, explica Patrícia.
A porta de entrada para a clínica da Faculdade de Odontologia da UFMG é o SUS, ou seja, os interessados devem procurar os postos de saúde para ser encaminhados para a UFMG. A Faculdade tem um número de whatsapp por meio do qual esclarece as dúvidas e faz o acolhimento. Interessados podem enviar mensagem para (31) 98431-9438.