Regiões periféricas estão mais vulneráveis ao novo coronavírus
Condições habitacionais precárias colocam população em risco
O avanço da pandemia da Covid-19 revelou ainda mais a desigualdade social vivenciada pelos brasileiros. Em nota técnica realizada por equipe do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas foi demonstrado que as regiões periféricas estão mais expostas à transmissão do coronavírus devido às condições de moradia desses locais.
Na última pesquisa realizada pela Fundação João Pinheiro sobre o déficit habitacional do Brasil, de 2015, cerca de 2 milhões de domicílios encontravam-se em situação de coabitação familiar e mais de 1 milhão em adensamento excessivo, ou seja, um maior número de pessoas vivendo em conjunto em um menor número de cômodos. Além disso, em 2010, na região metropolitana de Belo Horizonte, existiam cerca 160 mil moradias com pelo menos um serviço básico inadequado; 5 mil delas não tinham banheiro, por exemplo.
Essas condições demonstram que a estrutura precária das habitações e a vulnerabilidade em que essas famílias vivem as tornam mais suscetíveis à contaminação pelo vírus. Diante da realidade das periferias as recomendações de isolamento e higiene que evitam a propagação do novo Coronavírus não são estratégias que podem ser colocadas igualmente em prática por todos. Com isso, a transmissão da doença pode afetar ainda mais quem vive sob tais condições.
Para que essas regiões não sejam atingidas fortemente pela pandemia da Covid-19, algumas estratégias governamentais precisam ser adotadas urgentemente, como a ampliação de serviços básicos de saúde, auxílio financeiro e melhorias das condições habitacionais e sanitárias dessas moradias.
Equipe: Luíza Martins (produção e reportagem), Cedoc TV UFMG (imagens), Marcia Botelho (edição de imagens), Jessika Viveiros (edição de conteúdo).