Santuza Teixeira e Ado Jorio são eleitos para Academia Mundial de Ciências
Professora do ICB e professor do ICEx estão entre os sete brasileiros escolhidos no congresso da entidade, no início deste mês
A professora Santuza Teixeira, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, e o professor Ado Jorio, do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), foram eleitos para The World Academy of Sciences (TWAS), vinculada à Unesco. Sete pesquisadores brasileiros estão entre os 58 novos membros da Academia Mundial de Ciências.
Mineira de Belo Horizonte, Santuza se destaca por suas pesquisas em parasitologia molecular e pela participação no estudo das doenças parasitárias. “Esse reconhecimento me deixa tranquila por ter feito as escolhas certas e por contribuir ao menos um pouco para o avanço do conhecimento científico na minha área”, disse.
Atualmente, a professora se dedica quase 100%, segundo ela, aos projetos de vacina contra a covid-19, no Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas), mas, com a volta gradual dos alunos e outros pesquisadores ao ICB, começa a retomar os projetos sobre doença de Chagas. Santuza foi chefe de departamento, coordenador do CTVacinas, presidente da Sociedade Brasileira de Protozoologia e professora residente do Instituto de Estudos Interdisciplinares Avançados na UFMG. Santuza Teixeira é também membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e bolsista de pesquisa do CNPq. Recentemente, foi incluída na lista das 50 pesquisadoras que mais formam novos cientistas no Brasil.
Três frentes
Ado Jorio, também nascido na capital mineira, é membro titular da ABC e autor de quatro livros sobre a espectroscopia Raman e outros temas. Hoje, atua em três frentes principais: o desenvolvimento do nanoscópio e de equipamentos de diagnóstico precoce do Mal de Alzheimer e o estudo de propriedades quânticas da luz para protocolos de informação quântica.
O professor do ICEx está, há vários anos, entre os cientistas mais citados em artigos científicos – em 2016 foi incluído numa lista dos mais influentes do mundo em levantamento feito pela Thomson Reuters. Recebeu honrarias no Brasil, como a Ordem Nacional do Mérito Científico e a Medalha da Inconfidência, e foi homenageado no exterior por entidades como a Fundação Humboldt e o Centro Internacional para a Física Teórica.
“É uma grande honra fazer parte da TWAS, que foi criada para apoiar a prosperidade sustentável dos países em desenvolvimento, por meio de pesquisa, educação, política e diplomacia. Espero que essa filiação me habilite a prestar mais serviços ao Brasil e ao mundo”, diz Ado Jorio.
A eleição para a TWAS começa com a indicação dos cientista pelas academias nacionais de ciências. Contam aspectos como número de trabalhos publicados e, sobretudo, a quantidade de projetos realizados em parceria com grupos de cientistas de outros países.
Durante a 15ª Conferência Geral da TWAS, no início de novembro, foram eleitos 58 novos nomes, dos quais 20 (34%) são mulheres. A Academia passa a ter 1.343 membros.