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Setor de turismo em Minas vive pior crise da história, avalia professora da UFMG

Maior parte dos hotéis está fechada e metade dos funcionários do setor já foi demitida

Igreja São Francisco de Assis em Ouro Pretp
Igreja São Francisco de Assis, em Ouro Pretp Alexandre Amorim Fotógrafo / CC BY-SA 4.0 (https://commons.wikimedia.org/...)

Dos mais de três mil estabelecimentos de hotelaria de Minas Gerais, 70% estão fechados, e metade dos funcionários do setor já foi demitida. Isso apesar da Medida Provisória 936 de 1º de abril, que autorizou a redução das jornadas de trabalho e a suspensão de contratos, com o trabalhador recebendo auxílio do Governo Federal. 

Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais. A repórter Alicianne Gonçalves entrevistou o presidente da entidade, Guilherme Sanson, que falou sobre os desafios do setor e as expectativas para os próximos meses. 

Ouça a entrevista concedida à jornalista Alicianne Gonçalves

A Rádio UFMG Educativa questionou o Governo Estadual e a Prefeitura de Belo Horizonte sobre as demandas da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais. A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais  informou que está em diálogo contínuo com representantes da cadeia do turismo para elaborar novas medidas emergenciais e que algumas já foram anunciadas. 

Entre elas, a criação de condições de financiamento facilitadas pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais para micro e pequenas empresas de turismo e a flexibilização de prazos para pagamento de faturas de serviços de energia e água para micro e pequenas empresas, além campanha de sensibilização para que as pessoas remarquem suas viagens a Minas Gerais.

Sobre o IPTU em Belo Horizonte, a Prefeitura da capital informou que recebeu a demanda da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, assim como pleitos de outros setores do setor turístico. Todas as demandas, segundo a PBH, estão sendo estudadas e avaliadas cuidadosamente e terão seus devidos retornos assim que possível.

Também buscamos respostas da Gasmig. Segundo a empresa, nas últimas semanas, houve aumento na demanda do segmento hoteleiro e os casos têm sido atendidos isoladamente através dos canais de atendimento da companhia. Conforme a Gasmig, ela tem oferecido o parcelamento sem encargos contratuais e prorrogação de pagamento de faturas com vencimento até junho de 2020. Cada caso, conforme a empresa, é analisado de acordo com o histórico de relacionamento com o cliente.

Nós ainda procuramos a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), para saber sobre mudanças nas contas de energias dos hotéis. A Agência informou que, na última semana, o faturamento dos consumidores do grupo A, que são as  indústrias ou grandes consumidores, estava na pauta da reunião da diretoria da ANEEL, mas esse processo teve pedido de vista. Ou seja, a Agência ainda não possui posicionamento sobre o tema. 

Roberto Falcão trabalha como guia de turismo e está sendo afetado pela pandemia
Roberto Falcão trabalha como guia de turismo e está sendo afetado pela pandemia Arquivo pessoal

A Rádio UFMG Educativa também conversou com agências de viagens e profissionais do turismo sobre os efeitos da pandemia no setor e com  a professora do curso de Bacharelado em Turismo da UFMG e membro do Observatório do Turismo de Minas Gerais, Danielle Fernandes, que avaliou que os efeitos do coronavírus no turismo já configuram a crise mais grave da história do setor.

Ouça a reportagem de Alicianne Gonçalves