Pesquisa e Inovação

Solenidade celebra parceria da UFMG com montadora

Integração com a Fiat-Chrysler foi responsável por formação de pesquisadores e geração de conhecimento para ambas as instituições

Primeiro encontro realizado na sede da montadora com os mestrandos, em 2017
Primeiro encontro realizado na sede da montadora com os mestrandos, em 2017 Assessoria de comunicação da Fiat

Há seis anos, quando Alexandre Bracarense, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFMG, ainda prestava serviços à Fiat Chrysler Automobiles (FCA), pelo programa federal Inovar-Auto, notou que muitos funcionários da montadora tinham o potencial de se tornarem pesquisadores, muito por conta da diligência e proatividade na solução de problemas. Dois anos mais tarde, teve início o primeiro Programa Residência Tecnológica FCA – Universidades, que integrava instituições de ensino com a montadora na promoção de ensino e de novas tecnologias.

Neste ano, o projeto chegou ao fim. Em celebração, será realizada nesta terça, 11, às 20h, a cerimônia de encerramento do 1° Programa Residência Tecnológica FCA, no auditório principal da Escola de Engenharia. Estarão presentes ex-alunos, funcionários e gestores do grupo FCA. 

De acordo com Bracarense, após ter sua atenção despertada para o perfil de pesquisador de alguns dos colaboradores, ele sugeriu a implantação de um programa que pudesse introduzi-los à pesquisa. "Por conta da rotina de trabalho, era inexequível trazê-los à academia. Em conversa com os gerentes, apresentei os benefícios de um mecanismo de integração entre universidade e empresa, principalmente com relação à geração de tecnologia e inovação." Em 2016, após aprovação do corpo gerencial da FCA, o programa teve início.

Alunos de cursos de mestrado da UFMG e de outras universidades tiveram a oportunidade de participar da iniciativa. O programa foi dividido em duas etapas: durante o primeiro ano da pós-graduação, os estudantes frequentavam as aulas e desenvolviam o escopo de trabalho para a dissertação; no segundo ano, passavam a desempenhar atividades na própria montadora, juntamente com os outros funcionários. 

Bracarense destaca que a imersão propiciava o crescimento mútuo. "No trabalho conjunto, funcionários e estudantes se ajudavam. Os alunos instigavam os funcionários, que, por sua vez, os auxiliavam nas tarefas diárias." Nas unidades, os estudantes eram acompanhados por coordenadores que davam suporte para a execução das atividades.

Atuaram também neste primeiro programa estudantes das universidades federais de Uberlândia e Pernambuco, da USP e da PUC Minas. Na UFMG, por meio da Fundação Christiano Ottoni (FCO), foram ofertadas 27 bolsas mensais para os mestrandos. Durante o processo, oito alunos chegaram a ser contratados pelo grupo FCA.

Segundo o docente, o programa foi vanguardista em muitos aspectos, uma vez que incentivou a parceria entre universidades e grandes empresas na geração de conhecimento para ambas as instituições. "Tivemos, nas apresentações das dissertações, excelentes trabalhos, chegando a registrar uma patente. Muitos funcionários participaram das bancas." Bracarense destaca que o intuito é manter e expandir o programa nos próximos anos. "Temos conversas avançadas para a realização de uma segunda edição, com mais bolsas e oferta para alunos do doutorado."