Pesquisa e Inovação

Tese reconstrói trajetória do consumo de tabaco no Brasil

Estudo do Cedeplar revela queda acentuada na década de 1990 e prevalência entre os menos escolarizados

Cristiano dos Reis defendeu a tese na pós-graduação em Demografia
Cristiano dos Reis defendeu a tese na pós-graduação em Demografia Foca Lisboa/UFMG

O consumo e a exposição indireta ao tabaco são a segunda causa de mortalidade no mundo, atrás apenas da hipertensão. O número de fumantes é significativo e crescente, especialmente nos países em desenvolvimento. Pesquisa do doutorado em Demografia desenvolvida na Faculdade de Ciências Econômicas (Face) reconstrói a trajetória de consumo do tabaco no Brasil e avalia em que medida as mudanças na prevalência desse hábito afetarão a mortalidade até 2030. 

Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), havia, em 2016, 1,25 bilhão de indivíduos fumantes em todo o mundo, número que deve chegar a 1,6 bilhão em 2030. Ainda de acordo com a OMS, cerca de seis milhões de pessoas morrem anualmente de causas relacionadas ao consumo direto e indireto do tabaco.   

O trabalho do pesquisador Cristiano Sathler dos Reis compreende 60 anos de história do tabagismo brasileiro (1948 a 2008) por idade, período e coorte de nascimento. Segundo ele, sempre houve a prevalência do tabagismo entre os homens em relação às mulheres, independentemente de qualquer uma das três variáveis. Além disso, o nível educacional desempenha papel importante como preditor do consumo do tabaco. Em geral, a prevalência do tabagismo é menor entre indivíduos mais escolarizados. 

O assunto foi abordado em matéria publicada na edição 2.058 do Boletim UFMG, que circula nesta semana.