Tese propõe acolhimento linguístico de migrantes venezuelanos em Roraima
Tema do ‘Aqui tem ciência’, da Rádio UFMG Educativa, pesquisa propõe reflexões sobre as representações da língua entre estrangeiros e nativos
Desde 2010, a Venezuela passa por uma crise socioeconômica e política que provocou o deslocamento de um alto número de migrantes para toda a América Latina, incluindo o Brasil. Situado na fronteira, o estado de Roraima é o principal local de acesso dos venezuelanos ao país; eles entram pela cidade de Pacaraima, no extremo norte. A convivência diária com os vizinhos sempre foi comum na fronteira, mas não tão frequente em outras cidades do estado, o que fez surgir pequenos conflitos entre nativos e migrantes, em especial no uso dos serviços públicos.
O cenário é analisado pela pesquisadora Cora Zambrano, doutora pelo programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos da UFMG, na tese Acolher entre línguas: representações linguísticas em políticas de acolhimento para migrantes venezuelanos em Roraima. Professora da Universidade Estadual de Roraima, ela apresenta sua perspectiva pessoal como cidadã venezuelana e analisa documentos e entrevistas com agentes públicos e outros migrantes e discute a representação do “invasor”.
A autora afirma que as ações de acolhimento linguístico realizadas no estado de Roraima não têm uma orientação geral e hierárquica, mas ocorrem por meio de agentes independentes, como escolas e universidades locais, o que dificulta um plano direcionado e eficiente de políticas públicas para atender à variedade de línguas da região ‒ português, espanhol, línguas indígenas, libras, entre outras.
Saiba mais no novo episódio do Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa:
Raio-x da pesquisa
O que é: tese de doutorado que apresenta discussão sobre os direitos linguísticos dos migrantes venezuelanos no estado de Roraima e as representações da língua na construção de políticas públicas de acolhimento.
Pesquisadora: Cora Elena Gonzalo Zambrano
Orientador: Leandro Rodrigues Alvez Diniz
Programa de Pós-graduação: Estudos Linguísticos
Ano de Defesa: 2021
O episódio 135 do Aqui tem ciência tem produção de Luisa Marques, apresentação de Joabe Andrade e edição de Alessandra Ribeiro. Os trabalhos técnicos são de Cláudio Zazá. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da emissora apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa desenvolvido na Universidade.
O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.