Institucional

Dirceu Greco recebe título de professor emérito

Indicação foi aprovada por unanimidade pela Congregação da Faculdade de Medicina

Dirceu Greco (à esquerda) recebe placa da reitora Sandra Goulart e do Humberto José Alves, diretor da Faculdade de Medicina
Dirceu Greco (à esquerda) recebe placa da reitora Sandra Goulart Almeida e do diretor da Faculdade de Medicina, Humberto José AlvesCarol Morena / Medicina

A galeria de professores eméritos da UFMG ganhou um novo integrante. Nessa segunda-feira, 24, Dirceu Bartolomeu Greco, professor titular do Departamento de Clínica Médica, recebeu, na Faculdade de Medicina, a honraria que reconhece o destaque de sua trajetória, marcada pelo pioneirismo e pela sensibilidade na luta pelos direitos das pessoas que vivem com o vírus HIV.

Aprovado por unanimidade na Congregação da Faculdade, o título coroa a história do professor, com 37 anos dedicados à UFMG. Dirceu é defensor aguerrido do acesso universal à saúde e do direito ao Sistema Único de Saúde (SUS). Foi pioneiro em várias ações ligadas ao atendimento de pessoas com o vírus HIV, sendo reconhecido pelo enfrentamento do preconceito e da discriminação aos portadores do vírus.

“A nossa cidadania depende diretamente da nossa capacidade de indignação”, destacou Dirceu Greco, que discorreu sobre sua trajetória, agradeceu às pessoas que contribuíram em seu percurso acadêmico e profissional e lembrou as dificuldades no enfrentamento da Aids. “Os primeiros casos de HIV no Brasil surgiram em 1985, e os hospitais não atendiam às pessoas com o vírus. Foi uma luta para que fosse aberto um ambulatório na cidade para o atendimento com respeito aos diretos humanos”, lembrou.

Inspiração
A inspiração para os cuidados com o coletivo tem bases sólidas: Helena Greco, mãe do homenageado, tornou-se símbolo da luta pelos Direitos Humanos e contra a ditadura. Para a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, o professor segue os passos da mãe ao se engajar na defesa das pessoas discriminadas.

“Reconheço a singularidade e a relevância da trajetória do professor. O título é resultado de sua atuação pelo compromisso ético, sua ação precursora no campo da bioética, sua dedicação à ciência e a defesa da dignidade e liberdade na produção do conhecimento, valores que nos são tão caros e que vemos, por vezes, ameaçados”, afirmou a reitora.

Na saudação ao novo emérito, o diretor da Faculdade de Medicina, professor Humberto José Alves, ressaltou a sensibilidade de Greco em enxergar os invisíveis, característica que não deixou dúvidas quanto à indicação do nome de Dirceu ao título, com aprovação unânime dos membros da congregação.

“Sua história é importante não só para a Faculdade, mas como pesquisador, para formação de grandes professores e para tantas outras pessoas que trabalham ou trabalharam diretamente com ele ou, ainda, que beberam de sua influência e capacidade de sensibilização pela comunidade”, ressaltou.

Aprendizado
A coordenadora do Departamento de Clínica Médica, Valéria Maria Augusto, foi uma das alunas de Dirceu Greco e acompanhou de perto sua luta contra injustiças. “Presenciei o professor defendendo diversos aspectos éticos e tomei a decisão de só fazer meu doutorado se fosse orientada por ele”, contou.

O também professor do Departamento de Clínica Médica, Ciro Filogônio, amigo próximo de Dirceu, que esteve a seu lado ao longo da carreira, apresentou um pouco da elogiada trajetória do professor e lembrou a batalha humanitária por ele travada. “Na luta contra incompreensões, muitos não queriam ser atendidos por um médico que lidasse com a Aids. Com isso e por tudo isso, ele teve que se aprofundar nos conhecimentos de ética médica e biomédica”, explicou.

Atualmente, Dirceu Greco é membro da Comissão Nacional de Aids, da Comissão de Consenso de Tratamento do HIV para adultos, da Comissão de Vacinas anti-HIV do Ministério da Saúde e o único brasileiro do Comitê Internacional de Bioética (IBC), além de ser presidente da Associação Brasileira de Bioética.

Mesa de honra 
Participaram da mesa de honra durante a cerimônia, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, o vice-reitor, Alessandro Fernandes Moreira, o diretor da Faculdade de Medicina, Humberto José Alves, a vice-diretora da Instituição, Alamanda Kfoury, a coordenadora do Departamento de Clínica Médica, Valéria Maria Augusto, e o ex-reitor da UFMG e professor emérito Tomaz Aroldo da Mota Santos.

Com Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina