Institucional

UFMG faz curadoria das celebrações dos 300 anos de Minas Gerais

Programação foi lançada nesta terça, na ALMG, com presença da reitora Sandra Goulart Almeida

Ao lado do ...., Sandra Almeida usa o carimbo oficial das comemorações
Ao lado de Luiz Enéas da Silva, superintendente de operações dos Correios, Sandra Almeida usa o carimbo oficial dos 300 anosSarah Torres / ALMG

“A UFMG é um dos símbolos da autonomia de um povo que sempre se declarou livre e soberano, capaz de pensar, transformar-se e projetar seu futuro”, disse ontem (terça, 10), na Assembleia Legislativa, a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida. Ela participou da solenidade em que foi lançada a programação das comemorações dos 300 anos de Minas Gerais. No dia 30 de março, a UFMG, que é responsável pela curadoria conceitual da programação geral, vai abrir oficialmente seu calendário de eventos relativos aos 300 anos.

Palestras, publicações, exposições e diversas atividades itinerantes vão inspirar não apenas a celebração do passado, mas também reflexões sobre o presente e projeções para o futuro, visando à transformação de Minas Gerais por meio de processo inclusivo, solidário, sustentável e democrático.

Sandra Goulart:
Sandra Goulart: conhecimento que se expandeSarah Torres / ALMG

Sandra Goulart Almeida afirmou que o ceticismo constitutivo do povo mineiro se traduz, na universidade, pelo “espírito nato científico”. Ela exaltou a atuação das instituições públicas de ensino e pesquisa do estado e a importância do conhecimento como “um recurso que não se esgota, antes se expande e se fortalece à medida que é usado”. A reitora defendeu, mais uma vez, investimentos sustentáveis em educação, ciência, tecnologia e cultura e o esforço por “uma sociedade mais próspera e menos desigual”.

Conciliação e equilíbrio
O presidente da Assembleia, deputado Agostinho Patrus (PV), destacou a importância do trabalho conjunto com o Tribunal de Justiça de Minas (TJMG), o Ministério Público Estadual (MP), a Defensoria Pública (DP), o Tribunal de Contas (TCE) e a UFMG.

Agostinho Patrus:
Agostinho Patrus: desafios e oportunidadesSarah Torres / ALMG

Ele ressaltou o papel do estado na construção do país, sobretudo pelas características de conciliação, moderação e equilíbrio de suas lideranças, bem como por sua vocação para a liberdade. Para Patrus, o tempo é de “transformar desafios em oportunidades”, com vistas à diversificação da matriz econômica de Minas e a redução das desigualdades sociais.

História e desafios
A UFMG foi convidada pela Assembleia a definir conceitualmente as comemorações, e essa missão está sendo coordenada pelo professor João Antônio de Paula, do Cedeplar/Face. O diretor de Ação Cultural da UFMG, professor Fernando Mencarelli, ressalta que se trata de um pesquisador e pensador talhado para contribuir muito com essa pauta, que tem como essência a reflexão sobre Minas possível no futuro a partir da sua história.

João Antonio de Paula produziu um texto curatorial que já circula entre os parceiros e vai ser publicado em livro. O material trata de diferentes dimensões da história e dos desafios de Minas, nos campos político, cultural e econômico.

Mencarelli informa que um seminário que será sediado no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) vai abordar os núcleos de tecnologia de ponta em território mineiro e novas matrizes nessa direção. Uma exposição no saguão da Assembleia, elaborada por João Antônio e pelos professores Tereza Bruzzi, do Teatro Universitário, e Cristiano Cezarino, da Escola de Arquitetura, será dirigida a estudantes do ensino médio.

A programação inclui ainda, entre outros eventos, conferências do ciclo Tempos presentes, da UFMG, e um encontro no final do ano para debater a temática. Atividades promovidas regularmente pela Diretoria de Ação Cultural (DAC) – como o Festival de Inverno, a Feira do Jequitinhonha, eventos em Tiradentes e no Conservatório UFMG – estão sendo programadas em associação com as celebrações dos 300 anos de Minas Gerais. A organização da participação da UFMG é feita em conjunto pela DAC e pela Diretoria de Cooperação Institucional (Copi).

Boa política
Durante a solenidade, o presidente do TCE, Mauri Torres, citou a importância de se olhar para a história em busca de soluções para as dificuldades atuais e valorizou a contribuição da harmonia entre os poderes constituídos para o crescimento do estado. O defensor público-geral Gério Patrocínio Soares exaltou a boa política em Minas, em contraponto a problemas no âmbito nacional.

“Os 300 anos renovam a necessidade de se debater grandes temas de interesse da sociedade”, afirmou o procurador-geral de Justiça, Antonio Sergio Tonet, lembrando que as comemorações vão valorizar a defesa do patrimônio artístico e cultural. O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Nelson Missias de Morais, afirmou que Minas sempre deu lições de resistência e liberdade, mas também é exemplo de autonomia e independência entre os poderes.

Durante a solenidade foram lançados o selo postal, o carimbo comemorativo e a identidade visual dos 300 anos de Minas Gerais. Também foi exibido um vídeo comemorativo que enfatiza a diversidade do estado, seus artistas de diversas vertentes e a convivência harmoniosa entre o erudito e o popular, o barroco e o moderno, o artesanato e a inovação.

Com assessorias da ALMG e da DAC-UFMG