A UFMG deixou claro, especialmente durante a pandemia do novo coronavírus, quando as ações da Universidade ganharam grande visibilidade, que pode e deve ser uma parceira valiosa do poder público. Já em março deste ano, a partir da adoção de medidas mais concretas de enfrentamento da covid-19, a UFMG mobilizou-se: mais de 130 estudos e análises foram feitos ou se encontram em andamento, entre os quais o que busca o desenvolvimento de uma vacina brasileira e a testagem de duas outras, em parceria com outras instituições; mais de 56 mil testes de diagnóstico foram efetuados até o fim do mês passado, o que representa 25% dos testes realizados em Minas Gerais; atendimento às populações mais vulneráveis; aquisição de mais de R$ 1,5 milhão em insumos, equipamentos e medicamentos para os hospitais universitários e para a UPA Centro-Sul, em Belo Horizonte. A UFMG ainda produziu mais de 1,5 mil litros/mês de álcool em gel, faz estudos epidemiológicos, estatísticos e probabilísticos, entre inúmeras outras ações de impacto social.

"Fizemos o que se espera de nós: toda a comunidade da UFMG se mobilizou para atender às demandas da nossa cidade, do nosso estado e do nosso país. Atuamos em colaboração com as autoridades governamentais na prevenção, no enfrentamento da pandemia e no atendimento à população por meio do Hospital das Clínicas da UFMG e do Hospital Risoleta Tolentino Neves. Realizamos ainda pesquisas de ponta, em todas as áreas do conhecimento, direcionadas para o enfrentamento da covid-19 e suas arrasadoras consequências sociais, acolhendo as populações mais vulneráveis”, afirmou a reitora Sandra Regina Goulart Almeida em artigo publicado por ocasião dos 93 anos da instituição, em setembro passado. 

Instituições relativamente jovens do ponto de vista histórico, as universidades públicas brasileiras – as mais antigas são, diferentemente de suas coirmãs latino-americanas, apenas centenárias – têm a trajetória marcada pela formação de cidadãos conscientes, éticos e prontos a atuar em benefício da sociedade e pela geração de conhecimento capaz de colaborar com o desenvolvimento em níveis local, regional e nacional. A UFMG vem colaborando de maneira consistente e sistemática com o desenvolvimento de projetos e ações que inspiram e dialogam com o Estado e que subsidiam a elaboração de políticas públicas para o conjunto da sociedade. 

De portas abertas
Atuar em sinergia com o poder público foi o objetivo que orientou a Administração Central da UFMG a realizar, na reta final das eleições municipais, encontros com candidatas e candidatos à Prefeitura do município. “Somos uma instituição do diálogo, da colaboração, da construção conjunta. Por isso, eu e o vice-reitor Alessandro Moreira aceitamos os convites e nos reunimos com todos que nos demandaram. Fizemos um esforço e reorganizamos nossas agendas para apresentar o que somos, o que fazemos e, sobretudo, reafirmar o nosso compromisso de colaborar com a construção de uma Belo Horizonte acolhedora para todos e todas”, explica Sandra Goulart Almeida. 

Segundo o vice-reitor, é imprescindível que a cidade e a UFMG trabalhem de forma articulada, construindo projetos estruturantes para o desenvolvimento de Belo Horizonte, que tem um potencial fantástico para um ecossistema de inovação que contribua com o desenvolvimento social e econômico. 

“A Universidade é uma instituição pública que tem o dever de dialogar com todos os atores do poder público, independentemente de partidos políticos. Estamos abertos a conversar com todas e todos que pretendem contribuir com uma cidade melhor para se viver, mais justa, mais igualitária e ética, ambientalmente sustentável e calorosa. Nosso compromisso é com a vida, com o bem-estar das pessoas, com a justiça social, com a liberdade, com a igualdade e com a democracia”, complementa Sandra Goulart Almeida. 

Os dirigentes da Instituição elaboraram a apresentação Qual Belo Horizonte queremos? Com que Belo Horizonte sonhamos?. O documento, encaminhado aos candidatos e candidatas, apresenta informações sobre a Universidade e o seu potencial. “São números e outros tipos de dados que permitem a qualquer pessoa compreender o quanto a UFMG é uma instituição complexa, diversa e que atua em múltiplos campos e áreas”, explica Alessandro Moreira. Para ele, é uma forma de oferecer àqueles que se apresentaram como candidatos e candidatas à Prefeitura condições de perceber como as possibilidades de colaboração entre a Universidade e a cidade são muitas.  

A apresentação também traz indicadores, como o número de atendimentos realizados pelos hospitais das Clínicas, Risoleta Tolentino Neves e Veterinário, que atestam a relevância da contribuição da Universidade nas ações de saúde; programas e projetos de ensino, pesquisa e extensão em áreas diversas como a educação básica, a cultura, os direitos humanos, ações destinadas à juventude, algumas já realizadas em colaboração com o município, e as estruturas de inovação de que a UFMG dispõe e que põe à disposição da sociedade, entre as quais a Cooperativa dos Laboratórios da UFMG, batizada de Coolabs. Recentemente, essa iniciativa recebeu o Prêmio José Costa de inovação, concedido pelo jornal Diário do Comércio e pela Fundação Dom Cabral, e ficou em primeiro lugar no prêmio da Confederação Nacional das Fundações de Apoio das Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), que avaliou em todo o país boas práticas de gestão no combate ao novo coronavírus. Ao todo, participaram dessa edição 77 fundações.  

“A UFMG está aberta a colaborar. Tenho convicção de que nossa comunidade compreende o quanto podemos contribuir com a cidade, com o estado, com o país. A agenda do desenvolvimento econômico no atual cenário é importante e podemos contribuir muito com diversas ações da Universidade nos campos do ensino, da pesquisa e da extensão. Precisamos também colocá-la em diálogo com o desenvolvimento sustentável e social, a equidade nas diferentes esferas da vida e a luta pelos direitos”, completa a reitora. 

A agenda com os candidatos e candidatas contou com a participação dos candidatos Rodrigo Paiva (Novo), no dia 6 de novembro, Áurea Carolina (PSOL), no dia 10, Wadson Ribeiro (PCdoB) e Luísa Barreto (PSDB), no dia 11, e Nilmário Miranda (PT), no dia 12. Os candidatos João Vitor Xavier (Cidadania) e Alexandre Kalil (PSD) informaram, por meio de suas assessorias, o interesse em se reunir com os dirigentes da Universidade, mas alegaram impossibilidade de conciliar suas agendas na reta final da campanha. 

Vídeo institucional da UFMG, produzido para celebrar os 93 anos da Instituição, reforça a atuação da Universidade em sintonia com a sociedade em Belo Horizonte e em outros municípios mineiros.