Uso não sexista da linguagem é tema de pesquisa da Faculdade de Letras
Estudo demonstrou o impacto de políticas públicas na adoção de linguagem inclusiva
Reforçada nas aulas de português, há, na gramática normativa da língua portuguesa, aquela regra que diz que quando é preciso fazer referência a homens e mulheres ao mesmo tempo, os nomes devem ser usados flexionados na forma masculina. Mesmo que sejam 78 mulheres e dois homens envolvidos na situação.
Essa prática é considerada sexista, pois coloca o sexo masculino como determinante da flexão. Mas muitas pessoas e ambientes já adotam estratégias para evitá-la. A principal forma para construir uma linguagem inclusiva, no que se refere ao gênero, é o uso dos chamados nomes gerais.
O professor de português e mestre em Estudos Linguísticos pela UFMG Marcos Paulo Santos demonstrou, em um estudo, como políticas públicas podem ter efeito concreto nessa passagem para uma linguagem mais inclusiva. O pesquisador observou um uso menos sexista nos pronunciamentos dos parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, depois que o governo do estado publicou o Manual para o uso não sexista da linguagem: o que bem se diz bem se entende. A fim de fazer uma análise comparativa, Marcos Paulo também acompanhou os discursos dos deputados e deputadas estaduais de Minas Gerais.
Nesta terça-feira, 19, Marcos Paulo Santos falou sobre a pesquisa e o uso não sexista da linguagem, em entrevista ao programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa.