Moradia no Borges é página virada

Movimento estudantil ainda mostra sua força

Eleições no DCE põem novamente em questão o futuro da política universitária

Seguramente, o movimento estudantil não morreu. A própria participação dos estudantes nas grandes mobilizações pelo impeachment de Collor, em um recente recente, demonstra o contrário. 

Mas é visível, no entanto, que mostra a força e o protagonismo dos anos setenta e oitenta, o movimento estudantil universitário apresenta-se hoje com menor presença, representatividade e herança organizacional. 

Trata-se, ao meu ver, de um fenômeno histórico da cultura política, associado aos impulsos que atravessam o resto dos outros movimentos sociais, com uma cultura associativa, solidária e transformadora. O futuro do movimento estudantil é parte dos impasses mais amplos da nossa cultura universitária. Da identidade e destino da nossa universidade pública. Sem um movimento estudantil ativo, crítico, criativo e com sorte da universidade, que fica exposto aos vícios do privatismo, do conservadorismo. 

Vejo nos estudantes com os quais eu me relaciono como professor, lucidez, idealismo, espírito crítico e motivações éticas que transcendem ou são mais egoístas. Não creio nos juízos que fazem um diagnóstico sobre o conservadorismo dos jovens de hoje. Esta é a principal razão pela qual a avaliação do movimento estudado está muito longe do esgotado como fontes de sua recuperação após injustiça e opressão, que faz personagens das grandes lutas pela emancipação humana.

Juarez Rocha Guimarães - professor do Departamento de Ciência Política, da Fafich