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Belas-Artes restaura telas sobre a Inconfidência

Primeiros quadros restaurados na Escola são recuperados pelo Cecor 21 anos depois

Estão voltando à Escola de Belas Artes como as primeiras obras ali restauradas e que deram origem ao atual Centro de Conservação e Restauração da Bens Culturais Móveis (Cecor). São um conjunto de 13 telas e um painel, pintor fluminense Dakir Parreiras, além de uma tela de seu pai, Antônio Parreiras. As obras, de 1926, representam o drama lírico Tiradentes , operam em quatro atos com música de Manoel Joaquim de Macedo e libreto de Augusto de Lima. 

No final da década de 70, quando os professores da Escola se preparam para recuperar esse conjunto de pinturas do Conservatório Mineiro de Música, não imaginavam que os esforços empreendidos no sentido de preparar-se para uma tarefa de abrir uma nova perspectiva profissional aos alunos de Belas Artes. Na época, uma direção da Escola convidava os professores para fazer aquele trabalho "extra" e solicitou a orientação de Francisco Xavier Filho, restaurador do Instituto do Patrimônio Histórico. Uma obra foi reconstituída e novamente exposta na Escola de Música de 1978, com a professora Anamaria Neves, que agora coordena a nova recuperação dos quadros. Foi a partir da primeira experiência inicial que a Escola criou o curso de especialização em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis e, posteriormente, em Cecor.

Novamente nos ateliês do Cecor, os quadros agora se beneficiam do trabalho que originaram. "Eles estão aqui devido a problemas gerados pela ação do tempo, mas hoje temos novas tecnologias e conhecemos materiais mais modernos, por isso imaginamos que agora são uma maior estabilidade", diz Anamaria Neves. 

A substituição das molduras, por exemplo, contará com um desses avanços tecnológicos. Em 1978, como as telas foram reentradas com cerâmica quente e hoje os restauradores usam uma mesa térmica que retira o excesso de cera e corrige as imperfeições. "Queremos respeitar a história dessas obras, por isso não vamos fazer outro tipo de reentelamento, mas adaptar o método antigo às novas técnicas", explica a coordenadora. 

O trabalho de restauração dos 13 quadros começou em fevereiro e foi concluído até agosto. A segunda etapa, que deve durar quatro meses, será a reconstituição de um painel de três metros de altura por seis de largura. Como as obras vão compor o acervo do Museu da UFMG, que funciona no prédio da antiga Escola de Música, na avenida Afonso Pena.