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Especialistas estrangeiros reconhecem excelência da pós-graduação em Química

Parecer pode influenciar resultado da próxima avaliação da Capes

Programa de Pós-Graduação em Química do ICEx acaba de ser recomendado por uma comissão de especialistas estrangeiros para receber conceito 7 (excelência internacional). O relatório, divulgado na semana passada, é resultado de visita feita pelos professores Klaus Hafner, da Universidade da Darmstadt (Alemanha), e Dennis Stynes, da Universidade de York (Canadá), a pedido da Fundação Capes. No mais recente levantamento da Fundação, apresentado há dois anos, o curso de Química obteve conceito 6 da Capes.

 

O parecer dos dois professores subsidiará a próxima avaliação da Capes, relativa ao triênio 1998-1999-2000, e com previsão de divulgação em meados de 2001. "Se este laudo for mesmo levado em conta, são grandes as chances de o curso de Química conseguir nota 7 no próximo levantamento", afirma o pró-reitor de pós-graduação, Ronaldo Barbosa.

 

A coordenadora do programa, professora Heloiza Schor, disse que os consultores saíram impressionados da visita que fizeram ao curso, no final de março. Eles conheceram as instalações, conversaram com alunos, professores e funcionários e ouviram detalhada exposição sobre o programa apresentada num seminário.

 

Um dos fatores que mais chamou a atenção dos professores Hafner e Stynes foi a qualificação dos profissionais vinculados ao curso. "Não me refiro só à qualificação docente (todos os 43 professores ligados ao programa possuem doutorado), mas à dos servidores técnicos e administrativos. Três deles coordenam nossos principais laboratórios. Dois fizeram doutorado no exterior e um acaba de concluir mestrado aqui mesmo na Química", diz a professora Heloiza Schor. Todos foram capacitados a partir de esforços empreendidos pelo departamento de Química.

 

Os consultores também elogiaram as linhas de pesquisa oferecidas pelo programa, que "cobrem um largo espectro da Química", segundo lembra a professora Schor, e a intensa cooperação tecnológica mantida com a indústria mineira e com universidades brasileiras e centros internacionais. Hafner e Stynes também destacaram o corpo discente do departamento, definido como "engajado e participante".

 

Outros cursos

 

A visita feita por especialistas estrangeiros é parte de uma estratégia da Capes de acompanhar de perto os cursos que obtiveram conceito 6 (de excelência), mas que ainda não alcançaram projeção internacional. Além do programa de Química, outros cursos já foram visitados por consultores estrangeiros: Bioquímica, Farmacologia e Fisiologia (ICB), Medicina Tropical (Faculdade de Medicina), Física (ICEx) e Engenharia Metalúrgica e de Minas (Escola de Engenharia).

 

Todos os programas, segundo o professor Ronaldo Barbosa, foram muito bem recomendados. E pelo menos um, o de Física, tem também grandes chances de receber conceito 7. "É o que deixou transparecer o relatório dos especialistas que avaliaram o curso, embora não tenha sido tão explícito quanto o dos consultores da Química", diz o pró-reitor de pós-graduação. Até o final do ano, o mesmo processo se repetirá nos cursos de Ciência Animal (Escola de Veterinária), Filosofia (Fafich), Demografia (Face), Direito (Escola de Direito) e Estudos Literários (Faculdade de Letras).

 

 

 

Incentivo extra

 

Os cursos que obtiveram conceito 6 na última avaliação da Capes receberam um incentivo para internacionalizarem ainda mais a sua produção, o que, certamente, se refletirá nas próximas avaliações da entidade. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou a destinação de R$ 350 mil para o desenvolvimento de projetos que deverão priorizar o intercâmbio e a cooperação científica e tecnológica entre a UFMG e centros estrangeiros. "Queremos incentivar a produção de pesquisas comuns, a ida de professores da Universidade para o exterior e a vinda de especialistas externos para cá", detalha Ronaldo Barbosa. As propostas deverão ter cunho institucional e serão selecionadas a partir de critérios definidos por edital.