Laboratório do DCC faz tratamento de imagens
Aplicações vão da reconstituição de documentos históricos a análises de documentos
Criado há dez anos, o NPDI (Núcleo de Processamento Digital de Imagens) do Departamento de Ciência da Computação (DCC) vem desenvolvendo um trabalho pioneiro em Minas Gerais em áreas distintas da análise de alimentos para recuperação de documentos históricos. Através de programas que digitalizam uma imagem, o laboratório consegue obter melhores informações sensíveis e extra que estavam ocultas por falta de nitidez maior.
Os projetos de maior pesquisa em andamento no laboratório do DCC são resultado do convênio de cooperação técnica-científica com o Arquivo Público Mineiro (APM), firmado em 1998 e com vigência até 2003. Recentemente, o NPDI concluiu a digitalização do Sistema de Informação Multimídia para a Coleção Arthur Bernardes, que reúne 1.020 fotografias, além de textos, partituras e filmes do ex-governador de Minas e ex-presidente da República. Alguns documentos, como filmes, que remontam à década de 20, têm grande valor histórico, pois são considerados os primeiros registros cinematográficos feitos em Minas Gerais.
O projeto, que está disponível em CD-ROM no segundo semestre para pesquisa no próprio Arquivo Público, foi elaborado como dissertação do mestrado do diretor de desenvolvimento da Empresa de Processamento de Dados de Minas Gerais (Prodemge), Nílson Spangler.
História e alimentos
Mal finalizou a organização em meio eletrônico do acervo do ex-presidente Arthur Bernardes, o NPDI iniciou outro processo de digitalização de documentos históricos em conjunto com o Arquivo Público. De maior vulto que o anterior, o Sistema de Informação Multimídia para Fotografias de Minas que faz parte do Programa Minas Gerais: Memória, Patrimônio Documental e Informação Digital, do governo do Estado pretende melhorar digitalmente 14 mil fotografias históricas de Minas. "Ainda estamos estudando como será feita a digitalização e o armazenamento das fotos", diz o coordenador do NPDI, Arnaldo Albuquerque Araújo, que, juntamente com 16 alunos (quatro de doutorado, dois de mestrado e dez de Iniciação Científica) formam a equipe do laboratório.
O professor Albuquerque pondera que o sistema de base de dados do projeto terá de ser diferente do anterior porque o volume de documentos é bem maior. "É provável que parte do software a ser utilizada neste trabalho seja desenvolvida aqui no laboratório e a outra, adquirida", afirma ele. A pesquisa, que deverá ser concluída em um ano, ficará disponível na Internet.
O NPDI também atua no controle de qualidade dos alimentos, através de convênio com a Fundação Ezequiel Dias (Funed). "Um exemplo é o café, analisado por um microscópio conectado ao computador. Desta forma, podemos perceber se o índice de impurezas presente no pó da bebida (cevada, palha de milho, etc.) está dentro dos limites estabelecidos pela legislação", informa Albuquerque.
Além de desenvolver sistemas de informação multimídia e segmentação de imagens microscópicas, o NPDI atua em outras três linhas de pesquisa: plataforma para processamento digital de imagens em ambiente Java; segmentação de imagens de satélites; e detecção de pontos críticos em escoamentos turbulentos.
O laboratório foi responsável pela formação do primeiro doutor em processamento de imagem no DCC, além de seis mestres. Mantém ainda projetos de cooperação internacional com o Groupe Esiee (École supérieure d´ingénieurs en électrotechnique et électronique), de Paris.
Decisão judicial
Conteúdo retirado do ar por determinação do juiz Rodrigo de Godoy Mendes, no exercício da titularidade da 20ª Vara Federal de Minas Gerais.