Cresce financiamento privado ao Festival
Em 32 edições de existência, evento ganhou projeção nacional e lançou as bases de um circuito cultural em Minas
A 32 edição do Festival de Inverno da UFMG, que começou esta semana em Diamantina, tem grande parte de seu orçamento de cerca de R$ 1,2 milhão (entre custos diretos e indiretos) bancado pela iniciativa privada, através de patrocínios e leis de incentivo à cultura. A maior parte ainda é financiada por instituições governamentais ligadas à área cultural.
O Festival abre espaço para que os patrocinadores veiculem suas marcas em clipes periódicos, cartazes, outdoors, catálogos de eventos e oficinas, banners de palco e de rua, links na homepage e no catálogo geral publicação que resume a produção de todo o evento, através de textos e imagens. "O Festival possui grande visibilidade na mídia nacional e já alcança relativa projeção internacional, atingindo públicos formadores de opinião", observa o coordenador-geral do Festival, Fabrício José Fernandino.
Em suas primeiras edições, o custo do evento era totalmente bancado pela Universidade, passando, mais tarde, a ser patrocinado por instituições governamentais ligadas à cultura. A partir de 1995, a possibilidade de participar do processo de financiamento foi estendida à iniciativa privada.
Cidadania
Segundo a gerente de cultura do Sistema Fiemg, Silvana Nascimento, o perfil do Festival adapta-se à linha de atuação do Sesi. "A cultura é instrumento de solução para os problemas sociais. Ao levar conhecimentos à comunidade, o Festival resgata a cidadania e os valores históricos das populações", argumenta a gerente.
Opinião semelhante tem o superintendente estadual adjunto do Banco do Brasil, Carlos Marco Soares Durães. "O patrocínio do Festival da UFMG principal evento artístico e cultural de Minas Gerais reforça nosso compromisso com a cultura nacional".
Já o presidente da Telemar em Minas, Ivan Ribeiro de Oliveira, afirma que, ao financiar projetos culturais como o Festival de Inverno, a empresa cumpre papel social complementar à sua função principal fornecer serviços de telecomunicações. "A empresa se engajou no projeto, não só por causa de sua projeção nacional, mas porque reconhece sua importância na divulgação das artes e cultura brasileiras", explica Ivan de Oliveira. A UFMG divide a promoção do Festival com a Prefeitura, Faculdade Federal de Odontologia, Faculdade de Filosofia, Superintendência Regional de Ensino e Associação Comercial, todas de Diamantina.
Herança
Consolidado, o Festival de Inverno chega à sua 32a edição como um agente indutor do circuito cultural existente em cidades como São João Del Rei, Ouro Preto e Itabira. Para Fabrício Fernandino, o evento deixou uma "forte herança cultural" nessas localidades.
Além de contribuir para o surgimento e projeção de expoentes da arte e da cultura mineiras, como os grupos Galpão, Uakiti e Corpo, as sucessivas edições do Festival acabam lançando vários artistas, sem falar dos profissionais ligados à arte, como produtores e professores. "É um período de intenso processo criativo, aliado a uma convivência não menos efervescente, com pessoas de diferentes áreas culturais. Isso gera idéias e projetos inovadores", justifica o coordenador, lembrando que a qualidade dos eventos e oficinas acabou formando um público diferenciado e de elevado nível intelectual.
Patrocinadores
Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal; Telemar; Fiemg; Ministério do Esporte e Turismo; Ministério da Cultura (Lei do Mecenato); Sesu (Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação); Secretaria de Estado da Cultura (Lei de Incentivo à Cultura); Capes (Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior); Cemig; Fundep e Furnas Centrais Elétricas
Apoios
Prodemge (Cia. de Processamento de Dados do Estado de Minas Gerais); Fump (Fundação Universitária Mendes Pimentel); Embaixada do Canadá; Centro Brasil-Espanha; Funarte; Ipea Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Viação Pássaro Verde; The Document Company Xerox; Foto Ladu; Rede Marketing e Comunicação Ltda.; Revista Palavra; Programa Comunidade Solidária; CNPq; UFMG: Coordenadoria de Assuntos Comunitários/CAC; Centro de Geologia Eschwege/IGC; Projeto Manuelzão; Nupad; Ipead/Face/UFMG; Faculdade de Letras; Departamento de Ciência da Computação-DCC; Pró-Reitoria de Pós-Graduação; Escola de Belas-Artes; Escola de Veterinária; Faculdade de Medicina; Pólo de Saúde da Família; e Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha.