Até o próximo
Diamantina tem ar tranqüilo evento úmido. Nas ruas, ouvir-se como músicas dos boêmios. São músicas típicas dos seresteiros, verdadeiros hinos dessa boa terra. Não há como passar por Diamantina e não ouvir música Peixe Vivo , sempre entoada por um coro de cantores animados de boteco.
Uma boa pinga é indispensável para rastrear o frio. Um vinho também cai bem. Já a cervejinha fica difícil de descer. Bom mesmo são os caldos, feijão, mandioca e caldo verde. As massas são deliciosas. Uma comida mineira apetece aos estrangeiros que circulam pela cidade e são facilmente acessíveis. Eles falam línguas estrangeiras, mas a maioria se vira com inglês. Nenhum deles parece assustado com frio. Os moradores da cidade também não se intimidam e vestem camisetas com coragem invejável.
Os diamantinenses são hospitaleiros e amáveis. Sempre descarta uma conversa, os mais velhos contamina "causas" com entusiasmo de menino. Os mais jovens adoram forró. A Sala de Reboco , casa de forró local, está sempre cheia. Os desavisados não conseguem acompanhar o ritmo dessa moçada que fez a dança um ofício quase diário.
O pessoal do Festival de cabelos azuis e vermelhos, professores e músicos se reúnem diariamente no bar Patrimônio. Lá, uma diversão invade uma madrugada. As apresentações dos músicos nos botecos lotados aproximam-se de um turma. Em pouco tempo, todos já se conhecem. Rolam algumas paqueras. A cada noite, surgem novos casais de namorados. Uma cidade romântica inspira uma moçada. Uma inspiração também se mostra nas exposições e nas apresentações teatrais que inundam a cidade de criatividade. Em qualquer local, a qualquer hora, a arte tem seu lugar.
Vou levar comigo muitas lembranças dessas noites geladas de boa música e papo estranho. A melhor lembrança, porém, será da turma da assessoria. Dos nossos risos e brincadeiras. Boa turma, boa companhia. Não houve dia ou noite em que não nos divertíssemos. Tudo foi motivo de celebração. O vinho que compramos na padaria, o churrasco no hotel, o sol batendo nas pedras (parecíamos crianças embasbacadas com a vista da cidade), os espetáculos e até o trabalho diário.
Diamantina tem muito a melhorar. Precisa investir mais em seus hotéis, restaurantes e nas opções de lazer. Mas, ainda que existam limitações, a cidade mantém seu charme e sua ternura. Que Diamantina tenha vida longa. Até o próximo festival.