EXTENSÃO
Novos cenários para a formação cidadã
Uma universidade mais solidária e disposta a acolher políticas de interesse público. São esses os traços essenciais que compõem o perfil da política e da atividade extensionista na UFMG. A expansão e tendência crescente de interação com a sociedade são facilmente visualizadas em números: a cada ano, pelo menos quatro milhões de mineiros – de todos os municípios do Estado – são beneficiados por algum dos 1.112 projetos de extensão desenvolvidos pela Universidade.
Os indicadores da área, sempre superlativos, revelam também que, apenas no período compreendido entre 2001 e 2004, houve expansão de 61% no conjunto das atividades destinadas à comunidade – entre as quais estão incluídas a realização de cursos, eventos, prestação de serviços e projetos de extensão nas áreas cultural, social, tecnológica, médica e comunitária.
Para atingir tais resultados, contudo, a UFMG precisou reestruturar o trabalho na Extensão. “Nos últimos anos, intensificamos a institucionalização das ações antes promovidas de forma isolada e individualizada e sistematizamos seu registro no Sistema de Informação de Extensão (Siex)”, explica o pró-reitor de Extensão Edison José Corrêa. O Siex é um banco de dados criado pela UFMG, disponível na web, e que ganhou alcance nacional, com a adesão de 25 universidades públicas.
Saberes em diálogo
Conhecer o que se faz e como se faz foi fundamental para propiciar o salto de qualidade na política extensionista e na execução das ações da Pró-Reitoria de Extensão. A partir desse trabalho, o órgão iniciou processo de vinculação de projetos de extensão com afinidade temática em um mesmo programa. Exemplo marcante foi a articulação de 14 projetos na área da Saúde em torno do programa Humanização da atenção e da gestão do Hospital das Clínicas. Outra experiência de impacto para a população e a comunidade acadêmica ocorreu com a junção de projetos desenvolvidos no Vale do Jequitinhonha no programa Pólo de Integração da UFMG na região.
“Os projetos mantêm sua especificidade, mas, ao se agregarem, ganham em abrangência, uma vez que incorporam diferentes profissionais, departamentos e conhecimentos em seu cotidiano”, observa Edison Corrêa, para quem o maior beneficiário dessa interação é o público. “A interdisciplinaridade introduzida pelos programas nas atividades de extensão”, diz o pró-reitor, “induz seus participantes a trabalhar articulados com setores externos da sociedade”. Nesse processo, profissionais, professores e alunos que atuam nos programas também incorporam conhecimentos e práticas da sociedade. “É uma relação dialógica, que produz maior impacto e ação transformadora nas comunidades e no próprio processo de aprendizagem do estudante que atua nos projetos”, reflete o pró-reitor, assegurando que esse processo mudou a face da Extensão nos últimos quatro anos. “O divisor de águas ocorreu exatamente quando a Extensão passou a trabalhar com a troca de saber”, aponta.
Segundo avaliação do pró-reitor, ações essenciais nesse processo são o “protagonismo” do estudante no trabalho de campo e o papel orientador do professor. Nesse aspecto, todos os projetos e programas de extensão são postos como novos cenários para a formação do aluno. Várias dessas experiências já se tornaram disciplinas e se integraram à política de flexibilização curricular na graduação.
“A nossa aspiração”, revela Edison Corrêa, “é que o aluno possa identificar a vivência na extensão como um dos pontos importantes em sua formação e concepção de vida profissional”. A cada ano, pelo menos dois mil alunos da UFMG se integram como bolsistas, voluntários e participantes de programas com crédito acadêmico às atividades de extensão.
Liderança solidária
A experiência da UFMG na área é considerada a mais avançada entre as universidades públicas brasileiras. A liderança, contudo, é mote para novas interações. “A extensão talvez seja o espaço em que há maior solidariedade entre as universidades públicas”, avalia Corrêa. Parte da competência da Instituição é compartilhada com as demais instituições de ensino superior e, em especial, nas relações que ela tem costurado com ministérios e secretarias de estado para a construção de políticas públicas.
Direitos humanos, saúde, meio ambiente, geração de trabalho e renda, erradicação do trabalho e da exploração sexual infantil, desenvolvimento social e tecnológico, educação e comunicação social são algumas das vertentes dessas políticas para as quais a UFMG “responde generosamente”, por meio de propostas e ações destinadas a melhorar a vida da população.
AÇÕES DE DESTAQUE
- Institucionalização das ações de extensão
- Desenvolvimento do Sistema de Informação de Extensão (Siex Brasil)
- Projetos em educação continuada de professores da rede pública de ensino
- Difusão da ciência e tecnologia para alunos e professores da rede pública e particular de ensino, por meio da constituição da Rede de Museus e Espaços de Ciência e Tecnologia da UFMG e de parceria com o governo do Estado para instalação da Praça da Ciência
- Estímulo ao desenvolvimento regional por meio de projetos integrados ao desenvolvimento regional
- Apoio à implantação de políticas públicas por meio de parcerias com órgãos governamentais, movimentos sociais e empresas
- Geração de produtos acadêmicos a partir do crescimento da associação entre atividades de extensão, ensino e pesquisa