Subtraídas pelo lixão

Drummond antes de Drummond

Exposição na Farmácia reúne documentos que remontam aos anos de formação do poeta na UFMG

 

Está aberta, na Faculdade de Farmácia, a exposição Drummond: alquimia poética. A mostra reúne fotos e documentos acadêmicos inéditos do poeta Carlos Drummond de Andrade que remontam aos tempos em que cursou farmácia na UFMG. A exposição pode ser visitada até fevereiro, das 9h às 17h, de segunda a sexta.

 

A abertura da exposição, na segunda-feira, 16 de novembro, contou com a presença de Georgeta Amorim, viúva de Antônio Martins Amorim, que estudou com Drummond na UFMG. "Mais do que amigos, Drummond e meu marido eram verdadeiros irmãos", afirmou Georgeta, que contou histórias da época da juventude de Drummond e do marido.

 

A exposição é composta por materiais doados pela própria Georgeta Amorim e por outros documentos que já constavam nos arquivos do Centro de Memória da Farmácia. "Há cerca de 20 anos, revirando algumas caixas que iriam para a reciclagem, encontrei um material precioso sobre Drummond. É uma felicidade expor agora esses documentos, quando comemoramos os 90 anos de sua formatura na Faculdade de Farmácia", comentou o professor Gerson Pianetti, diretor da Faculdade.

 

A vice-reitora Sandra Goulart Almeida, que também é professora da Faculdade de Letras, destacou a importância do poeta para a cultura nacional. "Drummond nos ensina muita coisa, não só sobre a literatura, mas sobre o viver", afirmou.

 

Após a cerimônia, o professor da Faculdade de Letras Sérgio Alcides ministrou a palestra Drummond antes de Drummond, focada na juventude e na formação do poeta. "Drummond foi expulso de colégio interno por acusação de insubordinação mental. Que qualidade poderia ser mais imprescindível a um poeta?", comentou o professor em sua conferência.

 

A exposição Drummond: alquimia poética está montada no Centro de Memória da Farmácia, que fica no andar térreo da Faculdade, no campus Pampulha. A mostra reúne cartas, provas feitas pelo poeta e fotos inéditas. "É a primeira vez que esse material fica exposto", conta a pesquisadora Lucinéia Bicalho, pós-doutoranda em Ciência da Informação, responsável pelo Centro de Memória da Farmácia e pela organização da mostra.

 

[Versão resumida da matéria publicada no Portal UFMG, seção Notícias da UFMG, no dia 17 de novembro]