Subtraídas pelo lixão

Para disseminar

Estratégias de comunicação pública da ciência são discutidas em fórum

 

"Não há como modificar a graduação a não ser convencendo a comunidade de outras possibilidades fora do lugar comum", afirmou o reitor Jaime Ramírez durante o II Fórum de Cultura Científica da UFMG, realizado na última quarta-feira, 18. Durante a atividade, foram discutidas políticas de formação da comunidade acadêmica para a disseminação do conhecimento científico produzido por grupos de pesquisa. O evento foi organizado pelas pró-reitorias de Extensão e Pesquisa em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).

 

A pró-reitora de Extensão, Benigna Maria de Oliveira, destacou alguns resultados práticos da primeira reunião, em junho deste ano, como a elaboração da política de periódicos da UFMG, o resgate da proposta de um colaboratório digital e a oferta da Formação Transversal para os currículos de graduação.

 

Em seguida, o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, abordou a Formação Transversal. "O saber transversal é aquele comum a todas as áreas do conhecimento e ao interesse público. A Formação é uma estrutura idealizada pela Universidade que, de forma sistemática, promove o diálogo dos cursos de formação científica com o interesse dos alunos", disse. A formação é ofertada na forma de disciplinas que totalizam 360 horas-aula, disponíveis para todos os cursos de graduação. "É algo que possibilita a aquisição de competências e habilidades para lidar com as necessidades da sociedade".

 

Yurij Castelfranchi, professor do Departamento de Sociologia da Fafich, ressaltou a importância da comunicação pública da ciência, considerando a divulgação científica como ferramenta para a cidadania, o acesso à informação e a democracia. "No contexto atual, a ciência se tornou, na prática, uma dimensão que atravessa nosso cotidiano. A ciência é apropriada pela cultura de forma cada vez mais capilar. Tanto que a realidade científica já serve para legitimação de argumentos políticos, culturais e sociais", explicou Castelfranchi.

 

No encerramento, Evaldo Ferreira Vilela, presidente da Fapemig, apresentou práticas de divulgação transversal adotadas na instituição. Segundo ele, "em tempos de crise, é preciso fazer mais, melhor e compartilhar o que fazemos, pois as pessoas precisam enxergar a aplicabilidade da ciência".

 

Vilela enumerou ações da Fapemig como o lançamento de chamadas públicas para popularização da ciência em 2016, a idealização da Rede Mineira de Comunicação Científica e o lançamento de versão da revista Minas Faz Ciência dirigida ao público infantil.

 

[Versão resumida da matéria publicada no Portal UFMG, seção Notícias da UFMG, no dia 18 de novembro]