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O futuro a eles pertence

UFMG recebe calouros em aulas magnas, que discutem o papel da universidade e de sua comunidade

Evandro Mirra: longevidade da instituição
Evandro Mirra: longevidade da instituição Foca Lisboa

Os cerca de 2,8 mil alunos que ingressam nos cursos de graduação da UFMG no segundo semestre de 2016 serão recebidos a partir desta segunda-feira, 1º, data que marca o início do semestre letivo, com aulas magnas que discutirão a relação entre o a papel da Universidade e a construção do futuro. A programação, organizada pelas pró-reitorias de Graduação (Prograd) e de Assuntos Estudantis (Prae), será realizada no Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD 1), campus Pampulha. 

Durante a manhã, parte dos novos alunos acompanha aula magna ministrada pelo professor emérito Evando Mirra de Paula e Silva, que terá como eixo condutor a Universidade e a construção do futuro. O professor destaca que a universidade é uma instituição muito antiga e que sua presença na sociedade é cada vez mais importante. 

“Ao longo dos séculos, a universidade vem se transformando, em sintonia com as novas exigências"

Evando Mirra cita como exemplos a Universidade de Bolonha, com mais de 900 anos de fundação, e de Paris, com mais de 800. “Contudo, quase todas as instituições criadas na mesma época desapareceram”, destaca o vice-reitor da UFMG na gestão 1990-1994. Para o professor, o segredo da longevidade da instituição universitária reside em sua capacidade de renovação.

“Ao longo dos séculos, a universidade vem se transformando, em sintonia com as novas exigências, o que tem lhe conferido a capacidade de estabelecer diálogos com a sociedade e participar ativamente da criação da cultura de seu tempo”, afirma.

Na visão de Evando Mirra, a própria cerimônia de recepção dos calouros ilustra a capacidade de renovação da instituição universitária. “Os novos alunos se incorporam a processos em andamento e inauguram um novo ciclo de vida da instituição”, afirma.

Comunidade ética 

Jacyntho Lins Brandão: ética como fator de coesão
Jacyntho Lins Brandão: ética como fator de coesão Foca Lisboa/UFMG

Outra parte dos alunos ingressantes vai acompanhar aula magna noturna a ser ministrada, a partir das 19h, pelo professor Jacyntho Lins Brandão, da Faculdade de Letras. Vice-reitor da UFMG de 1994 a 1998, ele pretende propor reflexão acerca do processo de chegada dos novos alunos à Universidade. “Esses estudantes passam a participar da comunidade universitária e precisam começar a pensar o que a Universidade é”, afirma.

“O que amarra um grupo humano e o torna coeso é a perspectiva ética, fundamental para o compartilhamento de um espaço comum como o ambiente acadêmico”

Sua abordagem será norteada por três aspectos concernentes à constituição da instituição universitária. “O primeiro é a universidade como comunidade científica direcionada à produção do conhecimento. O segundo é a universidade como escola. Por fim, vou falar da universidade como uma comunidade ética”, explica. 

Para o professor, a dimensão ética é a mais relevante, pois “o que amarra um grupo humano e o torna coeso é a perspectiva ética, fundamental para o compartilhamento de um espaço comum como o ambiente acadêmico”. Segundo Jacyntho, a relação do estudante com a instituição em outros níveis de ensino é diferente da que passa a manter com o ingresso na universidade. “Ele continua estudante, mas em outro status”, situa.

As duas aulas magnas serão seguidas por apresentação do Grupo de Percussão da UFMG, coordenado pelos professores Fernando Rocha e Fernando Chaib, da Escola de Música.

Direito e responsabilidade

Com o tema A vida acadêmica na UFMG, uma atividade comum a todos os calouros ocorre às 17h30, no Auditório Nobre do CAD 1. Será a oportunidade de os calouros conhecerem um pouco mais a fundo a vida acadêmica com os pró-reitores de Graduação, Ricardo Takahashi, e de Assuntos Estudantis, Tarcísio Mauro Vago. Também participam a pró-reitora adjunta de Extensão, Cláudia Mayorga, a diretora adjunta de Relações Internacionais, Miriam Jorge, e um representante do Diretório Central dos Estudantes.

Ricardo Takahashi lembra que a passagem do estudante pela Universidade determina, entre outros aspectos, a profissão que seguirá, grande parte dos círculos de amizade e as referências que a ajudarão a interpretar o mundo. “Esperamos que a UFMG seja capaz de abrir caminhos e possibilidades de escolhas para as pessoas que aqui ingressam”, afirma.

Para o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Tarcísio Vago, entrar na Universidade é, além de um direito, uma responsabilidade. “Ao começar a estudar na UFMG, cada aluno realiza um sonho e precisa ter em mente que também está assumindo uma missão. Sua presença aqui é financiada com recursos públicos, e é seu papel devolver esse investimento à sociedade por meio de bons trabalhos e práticas”, argumenta o pró-reitor Tarcísio Mauro Vago. 

A recepção prossegue nesta terça-feira, 2, quando os novos alunos participam de atividades em suas unidades específicas. 

Hugo Rafael