Fábrica de vida
Campus Montes Claros vai construir ambiente destinado ao melhoramento genético de espécies vegetais e produção de mudas
O projeto de uma biofábrica com foco em biotecnologia, melhoramento genético de espécies vegetais e produção de mudas agrícolas foi lançado, na semana passada, no Instituto de Ciências Agrárias (ICA), em Montes Claros.
O empreendimento é uma parceria da UFMG e da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead) do governo federal e vai abrigar atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade.
As atividades da biofábrica, que já são desenvolvidas em ambiente de pesquisa do campus Montes Claros, serão ampliadas em sua estrutura física e laboratorial e atividades de campo. Com investimentos de R$1,34 milhão do governo federal, o projeto prevê a construção de laboratório, estufas, viveiros, área de preparo de insumos, entre outros espaços, e ocupará área de cinco mil metros quadrados ao lado do Centro de Pesquisas em Ciências Agrárias. As obras serão iniciadas no próximo ano, e a expectativa é que estejam concluídas até o fim de 2018.
A biofábrica também contará com aporte de equipamentos e instrumentos como autoclaves de grande porte, usados para esterilização, câmara de fluxo laminar, que serve para a manipulação e trabalho com as mudas, e incubadoras para o crescimento vegetal, entre outros. De acordo com o professor Demerson Sanglard, coordenador técnico do projeto e professor do ICA, um dos objetivos da biofábrica é integrar professores, estudantes e produtores rurais em uma troca de saberes entre universidade e comunidades tradicionais, de forma a impulsionar a produção da agricultura familiar da região Norte do Estado.
Benefícios
Demerson destaca que cerca de 1,5 mil famílias da região serão diretamente beneficiadas com a oferta de mudas de espécies agrícolas nativas e de interesse no mercado regional – banana, palma forrageira, mandioca e alho, entre outras –, além do apoio técnico aos agricultores. “O objetivo é proporcionar a elas condições para aumento da renda e melhoria na segurança alimentar”, afirma o professor. Ele destaca que a assessoria técnica aos produtores vai possibilitar a elaboração de diagnósticos focados nas relações entre plantas, solo e clima, a formulação de estratégias de combate a pragas e a realização de análises socioeconômicas.
O ambiente também funcionará como laboratório de apoio às atividades de graduação e pós-graduação, no qual os alunos poderão desenvolver aulas práticas e pesquisas científicas. Uma das principais atividades será o desenvolvimento de mudas vegetais em laboratório. “Comparado ao sistema convencional, o cultivo em laboratório tem inúmeras vantagens, como a produção em grande escala em curto espaço de tempo, o que resulta em desenvolvimento uniforme da muda e produtividade até 30% superior. Outro fator importante é que as mudas chegam ao campo livres de pragas e doenças”, afirma Demerson.
[Matéria publicada no Portal UFMG em 13/11/2017]