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Convite ao protagonismo

Ao receber seus novos alunos, UFMG se posiciona como comunidade e espaço de formação

Calouros do primeiro semestre durante o registro presencial no CAD2
Calouros do primeiro semestre durante o registro presencial no CAD2 Foca Lisboa

Os 4,8 mil estudantes que chegam, neste semestre, aos cursos de graduação serão convidados, na solenidade de recepção aos calouros, a “habitar essa comunidade e, na qualidade de cidadãos, contribuir para o processo dinâmico de viver a UFMG”, tornando-se protagonistas na construção permanente de uma universidade para todos: acolhedora, flexível, acessível, inclusiva e solidária.

O convite, em nome da Universidade, será feito pela professora da Escola de Enfermagem Teresa Cristina da Silva Kurimoto, que vai ministrar aula magna nesta segunda-feira, 25, em dois momentos – às 10h30 e às 19h –, no auditório nobre do Centro de Atividades Didáticas de Ciências Naturais (CAD1), campus Pampulha. 

Integrante da Comissão Permanente de Saúde Mental da UFMG, a professora ressalta a importância de situar a Universidade, para os novos alunos, “como espaço de formação, de ciência de ponta com reconhecimento internacional, mas também como comunidade: ambiente de multiplicidade de saberes e formas de ver, viver e pensar”. 

“Trata-se de um momento sempre muito especial: a chegada dos calouros, como diz o lema da UFMG, infunde vida nova. E faz parte do ethos da instituição dar boas-vindas à geração que entra numa universidade pública de referência no Brasil, de relevância para nossa sociedade e uma das melhores do país”, comenta a reitora Sandra Regina Goulart Almeida.

Para ela, cabe à comunidade acadêmica defender valores fundacionais da Universidade, como os direitos humanos, o direito à educação de qualidade, à diversidade, à liberdade de expressão e de aprender e ensinar, defendendo também o investimento contínuo em educação, ciência, tecnologia e cultura, que possibilita à UFMG retribuir à sociedade aquilo que dela recebe. “E isso não está relacionado a posições individuais”, enfatiza Sandra Goulart Almeida.

Ambiente não adoecedor
“A programação da recepção faz parte do conjunto de esforços empreendidos pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis, no âmbito do Programa Viver UFMG, para contribuir para a construção de uma universidade mais acolhedora, humanizada e inclusiva”, comenta a professora Márcia Lousada, diretora de Políticas de Apoio Acadêmico.

Essas características estão entre os princípios da política de saúde mental da UFMG, como destaca a professora Teresa Kurimoto. Segundo ela, é importante lembrar aos calouros a importância de uma convivência pautada no respeito à vida e em valores éticos, para o estabelecimento de relações que visem à qualidade de vida e à construção de um ambiente não adoecedor.

Na aula magna, a professora utiliza conceitos de territórios geográfico e existencial e a noção de responsabilização, isto é, de tomar para si a função de resposta. Ela também faz referência à ideia de “cidadania como algo construído para problematizar o estar e viver n(a) UFMG” e uma analogia entre o habitar, como noção de apropriação do espaço e elaboração de relações dentro de uma cultura (“nova, para eles”), e o simples ato de morar, ou seja, passar por um dado território sem maiores apropriações, a exemplo de um turista ou estrangeiro. 

“É fundamental que aqueles que aqui cheguem busquem viver a UFMG com base na posição de quem se faz protagonista, responsabilizando-se no processo de tornar-se parte dessa comunidade”, diz Teresa Kurimoto. Ela considera importante que, na apropriação de territórios, os novos alunos saibam que há iniciativas de apoio à comunidade, entre as quais a política de saúde mental, “em construção permanente e participativa”.

Até 29 de março, funcionará na Praça de Serviços do campus Pampulha, das 8h às 20h, de segunda a quinta-feira, a Tenda Viver UFMG, espaço de acolhimento e informações, com rodas de conversa, oficinas culturais, mesa de chás, cinema na praça, forró, karaokê, passeios e outras opções de atividades de convívio. 

No Instituto de Ciências Agrárias (ICA), em Montes Claros, na manhã deste dia 25, os calouros vão conhecer a estrutura do campus e participar de reunião de socialização com a coordenação dos cursos. À tarde, visitarão a Fazenda Experimental Hamilton de Abreu Navarro e outros ambientes do ICA.

As 4,8 mil vagas em cursos de graduação oferecidas pela UFMG em cursos presenciais neste semestre incluem 3.595 com entrada pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), 251 oferecidas pelo ­vestibular de habilidades, 12 pelo programa de vagas suplementares para estudantes indígenas e 952 nas modalidades de transferência e obtenção de novo título.

Alunos estrangeiros
Neste semestre, a UFMG recebe também 150 estudantes de países da África, América do Sul, América do Norte, América Central, Ásia e Europa. A Diretoria de Relações Internacionais (DRI) realizou, de 19 a 21 deste mês, a Semana de Orientação do Estudante Internacional, com atividades de orientação, acolhimento e com visitas guiadas ao Estádio Mineirão e ao Museu do Futebol.

Com o intuito de orientar os estudantes internacionais em relação à cultura acadêmica da UFMG e à dimensão intercultural e social da vivência em outro país, a programação incluiu apresentações sobre a Universidade e a cidade de Belo Horizonte, além de conversas sobre questões como a do choque cultural. Os alunos chegam à UFMG por meio de acordos bilaterais firmados com instituições estrangeiras ou de programas como Escala, Erasmus, Marca e PEC-G.

Ana Rita Araújo