De mãos dadas

Da polinização às algas terrestres

Pesquisas do ICB são contempladas em chamada do Instituto Serrapilheira

Os professores Fernanda Antunes Carvalho, do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução, e Luiz Eduardo Del Bem, do Departamento de Botânica, ambos do ICB, foram contemplados na segunda chamada pública de pesquisa científica do Instituto Serrapilheira, instituição privada sem fins lucrativos que financia pesquisas de excelência e iniciativas de divulgação científica nas áreas de ciências naturais, computação e matemática. O aporte inicial feito pelo Instituto é de R$ 100 mil por um ano de pesquisa. Após esse período, o investimento pode chegar a R$ 1 milhão para mais três anos de atividade.

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Pesquisa de Fernanda Carvalho propõe método para investigar interações entre polinizador e planta
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O projeto de autoria da professora Fernanda Carvalho, intitulado Compreendendo a interação planta-polinizador no Cerrado com DNA-metabarcoding, propõe metodologia específica para investigar as interações entre planta e polinizador na região do Cerrado, com foco em abelhas nativas. A pesquisa visa identificar o grau de especialização dessas interações, o impacto dos insetos no cultivo de plantas alimentícias convencionais e as principais espécies de plantas desse ecossistema que podem ser utilizadas para aprimorar a criação de abelhas sem ferrão no Brasil.

Com o título As origens da vida em terra firme: como algas terrestres microscópicas criaram os solos do planeta e deram origem às plantas terrestres, a proposta do professor Luiz Eduardo é sequenciar o DNA dos organismos que habitam a superfície das regiões chamadas de crostas de solo fotossintetizantes. Segundo a teoria defendida pelo pesquisador, esse tipo de microecossistema pode ter produzido os primeiros solos do planeta. A iniciativa integra linha de pesquisa por meio da qual se busca entender a origem das plantas terrestres. 

Além dos projetos dos professores do ICB, outros 22 trabalhos foram contemplados. As propostas foram avaliadas por 44 pesquisadores de diferentes países. Na primeira chamada do Instituto Serrapilheira, aberta em 2017, dois professores da UFMG tiveram suas pesquisas financiadas: Alexandre Birbrair, do ICB, desenvolve novas formas para lidar com tumores cancerígenos, e Roberto Figueiredo, da Escola de Engenharia, pesquisa biomateriais à base de magnésio.

Divulgação científica

O Instituto Serrapilheira acaba de lançar sua segunda chamada pública de Divulgação Científica. Serão selecionadas 35 iniciativas para participar do Camp Serrapilheira, que ocorre no segundo semestre, no Rio de Janeiro. O evento terá workshops, palestras e debates sobre os desafios atuais da divulgação científica. As inscrições para a chamada terminam no dia 7 de junho e devem ser feitas por meio do site do Instituto.

No encontro de quatro dias, os divulgadores manterão contato com referências internacionais na área, poderão formar redes de colaboração e concorrerão a recursos financeiros do Instituto para realizar projetos destinados à promoção do pensamento científico. Cada selecionado receberá até R$ 100 mil para investir na viabilização de seu projeto durante um ano, podendo chegar a R$ 1 milhão para mais três anos de atividades. Pesquisadores que trabalham nos campos da arte, ciência cidadã, educação, jornalismo impresso ou digital, mídias digitais, museus, eventos, programas, rádio e televisão podem se inscrever. Mais informações também podem ser obtidas no site do Instituto.

O projeto Formação transversal em divulgação científica na universidade, coordenado pelo professor Yurij Castelfranchi, diretor de Divulgação Científica da UFMG, foi um dos 14 aprovados pelo Serrapilheira na última chamada. A proposta trata da ampliação da Formação Transversal em Divulgação Científica, ofertada desde 2016, para um curso de especialização aberto a vários setores da sociedade.