Automáticos e disfuncionais

Da UFMG para o Congo

Aluno da Medicina concorre a prêmio da Unesco com projeto para reduzir mortes de crianças por malária, na África

O aluno Louison Mbombo, do5º período do curso de Medicina da UFMG, participa da Youth Citizen Entrepreneurship Competition, da Unesco, com trabalho de prevenção às mortes de crianças por malária, em Gungu, na República Democrática do Congo. O projeto Preventing childhood malaria death in rural Gungu, Democratic Republic of Congo foi desenvolvido por ele e pelos integrantes da ONG Solidariedade na Mokili, fundada pelo estudante em 2016.

Louison: meta de redução de 70% em 24 meses
Louison: meta de redução de 70% em 24 meses Arquivo pessoal

Louison destaca que Gungu foi escolhida por ser a cidade mais pobre do país e que a ONG tem o objetivo também de capacitar pessoas para erradicar a pobreza. “A malária é uma doença tratável e que pode ser evitada. No entanto, uma população pobre como a do Congo não consegue ter acesso a um tratamento adequado. A maior pretensão do projeto é fornecer o antimalária e outros medicamentos, gratuitamente, nos postos de saúde de Gungu. Minha inspiração foi o Sistema Único da Saúde do Brasil”, conta o estuante.

A iniciativa visa oferecer curso gratuito para 100 pessoas da comunidade de Gungu – que aprenderão a diagnosticar a malária e a procurar ajuda especializada – e fornecer mosquiteiros a 15 mil famílias. Louison Mbombo espera que, em 24 meses, seu projeto reduza em até 70% o índice de mortalidade infantil por malária na cidade.

O estudante congolês mudou-se para o Brasil em 2013, por causa da instabilidade política em seu país, mas nunca esqueceu o Congo e as pessoas que vivem lá e precisam de ajuda. “Eu quero ser capaz de mudar a situação da saúde no meu país. A saúde é paga, e o povo não tem dinheiro para se cuidar”, afirma.

A ONG Solidariedade na Mokili, com sede em Gungu, conta com médicos, juízes e outros profissionais locais, que promovem cursos profissionalizantes para mulheres em situação de risco. O objetivo é estimular a geração de renda e, consequentemente, garantir um futuro melhor para as crianças. O projeto inscrito no concurso da Unesco é apenas um entre os diversos trabalhos desenvolvidos pela ONG.

Empreendedorismo cidadão

A Youth Citizen Entrepreneurship Competition mobiliza jovens empreendedores (15 a 35 anos) em todo o mundo para submeter ideias e projetos inovadores que tenham impacto social e sejam adequados a uma ou mais das 17 metas de desenvolvimento sustentável da ONU.

Os 10 finalistas serão selecionados em setembro, com base em critérios como envolvimento do participante durante o processo e engajamento da comunidade com a iniciativa, por meio de comentários e votos. Um júri vai escolher os três melhores projetos para a premiação do concurso em Berlim, na Alemanha. Além do reconhecimento internacional, os vencedores poderão receber financiamento para pôr seus projetos em prática.

O projeto Preventing childhood malaria death rural Gungu, Democratic Republic of Congo pode ser votado e comentado até 31 de julho, na página http://bit.ly/2sltBuw.

[Matéria publicada no Portal UFMG, seção Notícias UFMG, em 09/06/2017)

Assessoria de Comunicação da Faculdade de Medicina