Memória preservada
Digitalizado, acervo arquivístico do Pipiripau será disponibilizado para consulta no Museu
Além de seus personagens, cenas e objetos, o acervo documental do Presépio do Pipiripau também foi restaurado. O trabalho, idealizado em 2015 pela bibliotecária Laibe Batista, foi concluído neste mês, em parceria com o Centro de Museologia e Conservação do Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) da UFMG.
Entre outros itens, a coleção é composta de jornais, livros, catálogos, correspondências, fotografias, diplomas e medalhas recebidas pelo fundador do presépio, Raimundo Machado Azeredo. “O acervo documental do presépio se confunde com o do próprio criador”, comenta Laibe Batista. O material foi digitalizado em DVDs, que serão disponibilizados, em breve, para consulta na Biblioteca do Museu, onde o presépio está instalado.
Nascido em Matozinhos (Minas Gerais), em 1894, Raimundo se mudou aos quatro anos com a família para Belo Horizonte. Em 1906, começou a montar, em uma caixa de sapatos, o presépio mais tradicional da cidade, que leva o nome da região, conhecida à época como Pipiripau, que hoje abrange os bairros Sagrada Família, Floresta e Horto.
O conservador e restaurador Mário Sousa orientou o processo de restauração do acervo documental do presépio. “Realizar esse trabalho possibilitou o envolvimento com a memória da cidade de Belo Horizonte, que passou por rápidas transformações vislumbradas por um cidadão simples, do povo, apaixonado pelo movimento, que o impulsionou na empreitada pela consecução de sua obra-prima”, analisa Sousa.