Retrato de si mesma
Relatório de autovaliação institucional reúne dados da UFMG referentes a dimensões como graduação, extensão, cultura e internacionalização
Está disponível na internet (www.ufmg.br/dai) relatório elaborado pela Comissão Própria de Avaliação (CPA), que contempla avaliação global da UFMG. O documento “avança na apresentação de dados e indicadores que possibilitam a comparação, ao longo do tempo, da evolução da Universidade em dimensões como avaliação dos cursos de graduação – presenciais e a distância – e ações de extensão, culturais e de internacionalização”, resume a diretora de Avaliação Institucional, professora Cristina Alvim.
O Relatório Parcial de Autoavaliação Institucional esclarece que cada instituição é orientada pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes) a efetuar a própria avaliação, que integra o processo de Avaliação Institucional, juntamente com a avaliação externa, realizada por comissões designadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), formadas por membros externos, pertencentes à comunidade acadêmica e científica. O texto informa sobre o modo de coleta de dados utilizados no processo e apresenta 14 estudos sobre os resultados encontrados e produzidos pela CPA em 2015, em cinco eixos: planejamento e avaliação institucional, desenvolvimento institucional, políticas acadêmicas, políticas de gestão e infraestrutura física.
Cristina Alvim observa que esse processo tem recebido cada vez mais destaque no ambiente da educação superior no Brasil, marcado, nos últimos anos, pela expansão da oferta e por políticas de inclusão, com vistas a assegurar sua qualidade. “É fundamental entender o que significam os resultados da avaliação e que necessidades de mudanças sinalizam, considerando as características acadêmicas específicas ligadas à missão da UFMG”, pondera.
Nessa linha, o documento também apresenta propostas de ações que podem ser desenvolvidas no âmbito da UFMG, “por meio do diálogo entre os atores envolvidos no aprimoramento contínuo do ensino na graduação, em especial da Pró-reitoria de Graduação (Prograd)”, comenta Cristina Alvim. Entre as propostas, estão a implantação de políticas de incentivo e valorização do trabalho docente baseada em parâmetros mais justos e de capacitação pedagógica para docentes recém-contratados; fomento, nos colegiados de pós-graduação, à oferta de disciplinas com enfoque na docência no ensino superior; viabilização de recursos para a pesquisa sobre o ensino e avaliação de programas educacionais (apoio estatístico, elaboração e aplicação de questionários, divulgação e publicação); desenvolvimento de pesquisa institucional sobre motivação/satisfação docente com o processo de trabalho na UFMG.
Foco na graduação
Cristina Alvim comenta que o exercício da docência no ambiente universitário tornou-se mais complexo nos últimos anos, exigindo mais esforços no planejamento e na elaboração das propostas docentes, de modo a “atender a mais alunos, com maior heterogeneidade, maior orientação profissionalizante dos estudos e incorporação de novos métodos de ensino e tecnologias”. Assim, a CPA elegeu o ensino da graduação como tema prioritário para reflexão, focalizando dois aspectos: a análise e interpretação dos indicadores de qualidade da educação superior, como preconiza o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), e a autoavaliação dos cursos na perspectiva dos professores coordenadores de colegiados e dos membros dos núcleos docentes estruturantes (NDEs).
“Essa avaliação, portanto, se propõe como complementar a uma diversidade de projetos e procedimentos que compõem os diferentes setores envolvidos no ensino na UFMG. A CPA acredita que a avaliação dos cursos é uma construção coletiva, multifacetada, dinâmica e criativa, que deve, além de identificar as fragilidades, propor caminhos”, afirma a diretora.
Como parte do processo, a CPA organizou diversas atividades, de outubro de 2014 a abril de 2016, tendo como público principal os coordenadores de colegiado e os membros de NDE. “Um dos grandes desafios de uma instituição tão diversa quanto a UFMG é estabelecer interfaces efetivas entre as esferas de interesse de suas ações – discentes, docentes e em diferentes níveis administrativos universitários – e entre os cenários de ensino e aprendizagem que permeiam os percursos curriculares dos cursos de graduação ofertados”, ressalta Cristina Alvim.