Vida nova

Espírito de hospitalidade

Programação de recepção aos calouros terá aulas magnas, apresentação de rotinas e oportunidades e recitais de percussão

Calouros durante o registro presencial realizado no CAD2
Calouros durante o registro presencial realizado no CAD2 Foca Lisboa/UFMG

Lugar da pluralidade e do debate, de acolhimento, de escolhas fundamentais nos planos individual e coletivo. Assim a UFMG será apresentada aos 4.468 calouros do primeiro semestre de 2017, que serão recebidos nos próximos dias, em Belo Horizonte e Montes Claros. Os novos alunos serão recepcionados por nomes como o professor emérito Carlos Roberto Jamil Cury, da Faculdade de Educação, e João Antonio de Paula, da Faculdade de Ciências Econômicas, além de representantes da Administração Central. 

Na quarta-feira, 8, o Centro de Atividades Didáticas 1, no campus Pampulha, vai abrigar, além das aulas magnas, apresentações musicais e um bate-papo sobre a vida acadêmica. O objetivo da tradicional iniciativa é oferecer um panorama de como funciona a Universidade, falar de suas bases, valores e oportunidades e apresentar algumas das unidades e espaços culturais. No dia seguinte, haverá atividades de recepção nas unidades acadêmicas.

O Instituto de Ciências Agrárias, em Montes Claros, vai receber seus novos alunos com extensa programação de 8 a 10 de março. No dia 13, a abertura do ano letivo será conduzida pelo reitor Jaime Ramírez e pela vice-reitora Sandra Goulart Almeida. O pró-reitor de Pesquisa, professor Ado Jorio, fará palestra com o tema Limites do conhecimento.

Sem dogmas

Em sua aula magna – Entrei em uma universidade pública: o que é ela –, que vai abrir a programação, na quarta-feira, às 9h, Jamil Cury pretende lembrar que “a instituição é mantida pelo Estado e, portanto, pelos impostos pagos pela sociedade. E os estudantes assumem a responsabilidade de corresponder a esse apoio”.

O professor emérito vai destacar as diferentes perspectivas pelas quais a Universidade deve atuar. “A dimensão não dogmática atinge o ensino e se projeta também para a pesquisa, com foco no avanço do conhecimento”, comenta Jamil Cury. Sobre a extensão, vai lembrar que está vinculada essencialmente à ideia de responsabilidade social.

Inspirado no “espírito de hospitalidade”, o professor vai passar um pouco de sua experiência e os valores que regem a UFMG. “Vou dizer aos alunos que a Universidade não é feita apenas de reitor e diretores, mas do conjunto dos professores, servidores e estudantes. E que ela é importante não apenas para o indivíduo, mas para toda a sociedade.”

Após a fala de Cury, o Grupo de Percussão da Escola de Música da UFMG, coordenado pelos professores Fernando Rocha e Fernando Chaib, vai encerrar a programação da manhã.

No fim da tarde, às 17h30, uma conversa sobre a vida acadêmica na UFMG será conduzida pelos pró-reitores Ricardo Takahashi (Graduação), Tarcísio Mauro Vago (Assuntos Estudantis), Benigna Oliveira (Extensão), pelo diretor de Relações Internacionais, Fábio Alves, e por integrante do Diretório Central dos Estudantes (DCE). 

Ricardo Takahashi anuncia que vai preferir “plantar perguntas” e falar de escolhas a desfiar informações minuciosas sobre a rotina da UFMG. Ele pretende desafiar os calouros a pensar, por exemplo, se assistir às aulas e tirar boas notas será o bastante para a preparação dos futuros cientistas, empresários e profissionais inovadores. E também questionará se o treinamento em nível superior é suficiente para prover os meios intelectuais necessários a que alguém se movimente na cultura contemporânea e na sociedade em transformação.

“As grandes escolhas e atitudes, que extrapolam as opções individuais, são aquelas geradas pelo debate das questões fundamentais do país e da humanidade, em que cidadãos livres optam pelo tipo de sociedade em que querem viver”, diz o pró-reitor de Graduação. Ele acrescenta que vai abordar a importância de conteúdos transversais e de experiências na convivência com outras culturas.

 “Vamos apresentar as oportunidades e dizer a eles: aproveitem”

Além de apresentar, de forma geral, as ações desenvolvidas pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis – que gere as políticas de assistência estudantil, ações afirmativas e apoio acadêmico aos estudantes –, Tarcísio Vago vai anunciar novidades como o acesso de estudantes cotistas às chamadas de intercâmbio lançadas pela Diretoria de Relações Internacionais. “Vamos apresentar as oportunidades e dizer a eles: aproveitem”.  

História de contribuições

João Antonio de Paula vai ministrar para os calouros do turno noturno, a partir das 19h, a aula magna A importância da universidade pública para o desenvolvimento social e a democracia. Ele vai lembrar que a UFMG, que celebra 90 anos em 2017, tem uma rica história de contribuição à modernização da república brasileira, à construção da infraestrutura urbana e à implantação da arquitetura moderna.

O professor da Face acrescenta que a UFMG sempre combinou tradição e vanguarda. “Vou apresentar a UFMG como uma instituição plural e historicamente engajada no desenvolvimento econômico e na democracia, em Minas Gerais e no Brasil”, anuncia. Ao fim da aula, o Grupo de Percussão da UFMG voltará a se apresentar.

Calouros em números

Das 6.279 vagas nos cursos de graduação que a UFMG oferece pelo Sisu em 2017, 3.565 terão entrada no primeiro semestre letivo

3.325 ingressam em Belo Horizonte e 240 em Montes Claros 
2.714 vagas são ofertadas no segundo semestre

No primeiro semestre, são ofertadas 622 vagas remanescentes selecionadas pelo Sisu nas modalidades Transferência e Obtenção de Novo Título, das quais 443 são para Belo Horizonte e 179 para Montes Claros

6 cursos de habilidades (nas áreas de artes) têm sua seleção feita fora do Sisu. Eles oferecem 391 vagas em Belo Horizonte, sendo 281 com entrada no primeiro semestre letivo e 110 no segundo semestre

Ferdinando Marcos