O sistema de pós-graduação da UFMG hoje conhece bem os méritos e os desafios que cada um dos 60 mestrados e 53 doutorados da Instituição deve enfrentar para manter e ampliar sua qualidade. Um estudo minucioso, elaborado com a participação de todos os programas, em reuniões que ocorreram ao longo de 2005, é o principal legado que a Pró-Reitoria de Pós-Graduação deixa para o próximo mandato. “Essa ação fortalece o sistema”, avalia o pró-reitor Jaime Arturo Ramirez.

O trabalho culminará na edição de um livro nos próximos meses e registra dados que colocam a UFMG em posição de destaque no cenário nacional. Única instituição no país que tem cursos com conceito 6 ou 7 em todas as áreas do conhecimento da Capes, também ostenta índices invejáveis de baixa evasão, e tempo médio de titulação no mestrado inferior à média nacional. Para o pró-reitor, a homogeneidade é a principal característica da pós-graduação da UFMG. “Aqui, os cursos mais antigos e com melhores conceitos compartilham suas experiências e realimentam o sistema”, diz Jaime Ramirez.

Crescimento

Entre 2002 e 2005, a UFMG criou três cursos de mestrado e 13 de doutorado. “Mas o crescimento foi também qualitativo”, ressalta o pró-reitor, ao lembrar a importância da implantação de cursos em áreas cujo desenvolvimento é mais recente, se comparadas com as que começaram nas décadas de 60 e 70. Já os 13 doutorados são, segundo Ramirez, reflexo de ações realizadas há cerca de dez anos, quando surgiram os mestrados nesses campos.

Ramirez acredita que ainda há espaço para o crescimento quantitativo da pós-graduação na UFMG. “Temos notícias de grupos que estão se articulando para abrir mestrados em áreas carentes do ponto de vista de formação de recursos humanos”, diz o professor, ao citar como exemplo a Contabilidade, que tem apenas um curso de doutorado e três de mestrado no país, além de Lazer, Turismo e Modelagem de Sistemas Espaciais. 

A expansão do sistema se deu também em número de alunos e de defesas de teses e dissertações. O volume de matrículas no mestrado cresceu, em média, 10% ao ano desde 2002, e 30% ao ano no doutorado.

Desempenho

A UFMG apresenta um dos melhores índices de tempo de titulação de mestrado do Brasil. Enquanto a média nacional de permanência dos alunos – desde a entrada até a defesa da dissertação – é superior a 30 meses, na UFMG é de 26 meses.  

A Instituição também possui uma das menores taxas de evasão no país – uma desistência a cada 50 titulações. A média nacional é de uma desistência a cada oito. “Temos cursos com evasão zero”, garante Ramirez.

Nos casos em que a taxa de evasão mostra-se acima de um nível aceitável, são realizados acompanhamento e análise para identificar as causas. “Avaliamos este item ano a ano, por ocasião da concessão das vagas aos novos alunos, com um estudo de quantas defesas ocorreram nos últimos dez anos e quantos alunos se matricularam”, afirma o pró-reitor.

Além da avaliação interna realizada em 2005, Jaime Ramirez destaca, entre as principais ações da pós-graduação na gestão que se encerra, a criação da Biblioteca Virtual de Teses e Dissertações, o desenvolvimento e implantação do Sistema Acadêmico da Pós-Graduação e a regulamentação do mestrado profissionalizante. Esta modalidade de curso não foi implantada, mas Jaime Ramirez acredita que “nessa nova gestão alguns mestrados profissionalizantes serão criados e terão uma nítida interlocução com o acadêmico, já constituído há mais de quatro décadas”.

Biblioteca Digital

Já a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), lançada em meados de 2005, disponibilizará na íntegra, via Internet, trabalhos defendidos junto a todos os programas de pós-graduação stricto sensu da Universidade. A BDTD é resultado de esforço da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, dos programas de Pós-Graduação em Lingüística e de Ciência da Informação, do Laboratório de Computação Científica (LCC) e da Biblioteca Universitária. O banco de informações é mantido em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). 

A concepção, criação e implementação do novo Sistema Acadêmico da Pós-Graduação é outra realização de destaque da atual gestão, segundo Ramirez. O sistema informatizado de gerenciamento das informações acadêmicas oferece segurança e agilidade no processamento de informações da pós-graduação e coloca a UFMG na vanguarda do gerenciamento acadêmico das informações. “Não há outra instituição no país que tenha um sistema como o nosso, concebido com tecnologia avançada”, diz, ao lembrar que a mudança dará suporte gerencial à expansão do sistema.

Conceito 6 ou 7 - A UFMG possui seis cursos com conceito 7 e oito com conceito 6, distribuídos nas oito áreas do conhecimento. Segundo os critérios da Capes, as notas 6 e 7 são exclusivas para programas que ofereçam doutorado com nível de excelência, desempenho equivalente ao dos mais importantes centros internacionais de ensino e pesquisa, alto nível de inserção internacional, grande capacidade de nucleação de novos grupos de pesquisa e ensino e cujo corpo docente desempenhe papel de liderança e representatividade na respectiva comunidade. A nota 5 traduz alto nível de desempenho, sendo esse o maior conceito admitido para programas que ofereçam apenas mestrado. A nota 4 atesta bom desempenho, enquanto a 3 demonstra desempenho regular, atende o padrão mínimo de qualidade exigido; e as notas 1 e 2, desempenho fraco, abaixo do padrão mínimo de qualidade requerido.