Nº 1521 - Ano 32 09.03.2006

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

De bem com a globalização

 

Reciprocidade. Essa é a palavra-chave para definir o estágio alcançado pela UFMG em suas relações internacionais. Atingir esse patamar exigiu persistência e sabedoria. Em apenas uma década, a Universidade soube abrir caminho rumo à autonomia e solidariedade num mundo globalizado e extremamente desigual e competitivo na produção do conhecimento. Nos últimos anos, novos marcos emergiram desse processo de internacionalização, permitindo que o programa da UFMG despontasse como um dos melhores – e mais diversificados – do Brasil.

Sem alarde, a UFMG deixou de ser mera receptora de missões internacionais na área educacional e exportadora de docentes para formação de quadros. “Praticamente a totalidade de nossos programas de pós-graduação já está em condições de cooperar em bases de igualdade com os dos países do chamado primeiro mundo”, diz a professora Sandra Almeida, diretora de Relações Internacionais da Universidade.

Ainda de acordo com a professora, devido à melhoria nos padrões de formação, a Universidade conseguiu imprimir novas direções também à sua política de internacionalização. “Hoje, priorizamos a cooperação multilateral, baseada na reciprocidade da qualidade dos programas oferecidos pelos parceiros e, principalmente, na cooperação solidária e na formação cidadã, que respeitam a diversidade e as diferenças entre os povos”, analisa a professora.

Cenário 

O novo cenário da internacionalização pode ser descrito a partir de três aspectos: aumento dos indicadores que mostram expansão da área, apoio institucional na indução de ações internacionalizantes e diversificação de eixos geográficos e culturais na formulação de parcerias.

“Criamos programa para financiar intercâmbios de alunos em dificuldade socioeconômica, ampliamos o número de estudantes estrangeiros na Instituição, institucionalizamos parcerias, incrementamos convênios e participações em redes de universidades – como o Grupo Montevidéu – e estreitamos laços com países da América Latina e de Língua Portuguesa, além de Israel, Índia, Japão, Austrália, China, Cuba e África do Sul, nações com as quais não tínhamos tradição de cooperação”, enumera Sandra Almeida.

Instrumento importante para o crescimento da área foi a criação de linha de apoio a programas de internacionalização, pelo Fundo Fundep, a partir de 2002. A repercussão foi visível: o número de convênios passou de 63, em 2003, para 141, em 2005.