Evento cultural

Café Controverso realiza debate sobre tabagismo

O tabaco é um produto legalizado, que mata dois em cada três consumidores regulares. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no século 20, a substância foi responsável por 100 milhões de mortes no mundo e, na atualidade, são mais de sete milhões de mortes por ano, sendo 156 mil no Brasil (427 por dia).

A boa notícia é que os índices de tabagismo vêm apresentando queda, conforme aponta o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Em 2018, 9,3% dos brasileiros acima de 18 anos afirmaram ter o hábito de fumar, contra 15,7% em 2006, ano de início da pesquisa.

O Café Controverso – Edição Viver Bem, evento gratuito realizado pelo Instituto Unimed-BH em parceria com o Espaço do Conhecimento da UFMG, no sábado, 30 de novembro, a partir das 10h, pretende discutir o tema reforçando que há alternativas para quem pretende deixar o fumo.

O encontro contará com a participação dos médicos cooperados da Unimed-BH, Maria das Graças Rodrigues de Oliveira, pneumologista pediátrica e sanitarista, e Luiz Fernando Ferreira Pereira, pneumologista, responsável pelo Programa de Cessação do Tabagismo da Cooperativa. A mediação será da pediatra cooperada Rocksane de Carvalho.

O tabagismo

Maria das Graças destaca que, conforme a OMS, o tabagismo é a principal causa evitável de morte no mundo. “O fumo contém cerca de 4.720 substâncias tóxicas, sendo que a nicotina é a droga psicoativa que leva à dependência química, semelhante à da cocaína e do crack.” 

Segundo a médica, a exposição às informações e o debate sobre o problema são importantes para encorajar as pessoas a abandonarem o tabaco. “Sempre é tempo de tomar a decisão de parar de fumar. Trata-se de uma disposição importantíssima, tanto para a vida do fumante, quanto para o seu círculo social. Por isso, o debate é tão significativo”, afirma.

Luiz Fernando ressalta que o tabagismo é uma pandemia e que reduz a expectativa de vida do dependente entre 10 e 12 anos. “Dentre as mais de 50 doenças provocadas pela substância, destacam-se as cardiovasculares, respiratórias e dezenas de tipos de câncer.” Para o especialista, a discussão do tema é essencial para contribuir para que os índices de dependência continuem reduzindo.

“É importante que o indivíduo queira parar de fumar. Muitas pessoas cessam a dependência por decisão própria. Contudo, grande parte precisa de ajuda e é primordial que saibam que há alternativas e apoio para que busquem esse objetivo”, avisa.

Cigarro eletrônico

Outro tema que merecerá atenção durante o encontro será o cigarro eletrônico. O produto tem sua venda proibida no Brasil e é visto pelos especialistas com muita preocupação. “As campanhas publicitárias afirmam que o produto é indicado para a redução de danos e auxílio na cessação do tabagismo, o que não tem sido confirmado pelos estudos científicos até o momento”, declara Maria das Graças.

“Ele contém material particulado fino que penetra dentro do pulmão, além de substâncias irritantes e cancerígenas”, aponta Luiz Fernando. O pneumologista ainda faz um alerta importante. “A liberação desse produto é um risco, pois o cigarro eletrônico tem um apelo diferente do comum, sobretudo, para os jovens, por ser um dispositivo moderno, com carregador USB e outros componentes. O risco de voltar aos índices de alta dependência de anos atrás, caso o comércio do produto seja autorizado, é evidente”, avalia.

(Fonte: Assessoria de Comunicação do Espaço do Conhecimento UFMG)