Exposição de Cláudia França transforma galeria do Centro Cultural em 'casa provisória'
De 13 de dezembro de 2024 a 30 de janeiro de 2025, o Centro Cultural UFMG abrigará a exposição individual Em casa, da artista plástica Cláudia França. As instalações tomam emprestado os cinco setores que constituem o espaço expositivo da Grande Galeria para a composição de uma “casa”.
A abertura da exposição ocorrerá nesta sexta-feira, 13, às 19h. As instalações poderão ser visitadas de terça a sexta, das 9h às 20h, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 17h. A entrada é gratuita, e a classificação etária é de 12 anos.
A exposição toma as salas da Grande Galeria como cômodos, cada qual com sua especificidade de uso e percepção, transformando o espaço em uma “casa provisória”. Na exposição, todos os setores são conectados entre si, realizando um diálogo entre materiais, funções e composições, o que pretende indicar a casa como lugar de trabalho e da dialética contínua da ordem e desordem. Uma das intenções é contrapor o senso comum desse tipo de local como um sinônimo de refúgio, descanso e conforto.
Espaço doméstico e simbólico
Com o tema domesticidade, a exposição parte do termo “mundo doméstico”, adotado pelo antropólogo Daniel Miller, para relacionar a cultura material doméstica (infraestrutura) a relacionamentos intersubjetivos construídos no lugar. Desse modo, a casa não é compreendida como um mero depósito de objetos, mas como um processo relacional em constante reconfiguração, em que estão em jogo infinitas acepções e modos de relação intersubjetiva.
A casa é pensada como lugar de coexistência de mundos simbólicos, em que representações e autorrepresentações são tramadas, sonhadas, redesenhadas e deslocadas. As instalações expõem os limites entre o privado e o público do espaço, que se vê tensionado entre o esforço da constituição da privacidade e o exercício de socialização e de construção de um sentido coletivo.
A artista
Natural de Belo Horizonte, Cláudia França é pós-doutora em Psicologia e bacharel em Artes Plásticas pela UFMG, doutora em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Entre 1991 e 2016, foi docente na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Artes dessa universidade entre 2010 e 2016.
Atualmente é professora associada da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde atua como membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Artes. Tem experiência na subárea de Artes Visuais, com ênfase em Expressão Tridimensional e Desenho. Atua principalmente com processo criativo em arte, instalação e desenho contemporâneo.