Atividade propõe reflexão sobre o universo com base em saberes afro-indígenas
Como parte da programação do Novembro Negro na UFMG, o Espaço do Conhecimento vai abrigar na quarta-feira, 6 de dezembro, a atividade Dobras no tempo: algumas estrelas que vemos no céu hoje já se apagaram há anos, e isso diz muito sobre o nosso futuro. Para enfatizar os conhecimentos de povos africanos e indígenas sobre a vastidão do universo, o museu vai receber o professor Alan Alves Brito e o artista Rafael RG, que propõem uma conexão poética entre a arte e a ciência. O evento, gratuito, terá início às 19h. As vagas são limitadas e serão preenchidas segundo a ordem de chegada.
A palestra de abertura da atividade propõe a reflexão sobre o universo, destacando os saberes de povos negros africanos e indígenas. Em diálogo com esses conhecimentos, será abordado o fenômeno das estrelas que, embora visíveis, já se apagaram, o que sugere uma metáfora sobre sonhos, tempo e liberdade.
Em seguida, às 20h, será apresentada a performance Ao cair da noite, eu me guiarei pelo brilho dos seus olhos, em sessão gratuita do Planetário. Proposta pelo artista Rafael RG, em colaboração com o professor Alan Alves Brito, a sessão entrelaça dados históricos com narrativas históricas e pessoais sobre a busca contínua por liberdade. A atividade é inspirada na história da ativista Harriet Tubman, que utilizou estrelas e constelações para guiar pessoas negras escravizadas em suas rotas de fuga nos Estados Unidos.
As atividades são destinadas aos interessados em astronomia, ciências sociais e cultura, especialmente educadores, estudantes e pessoas envolvidas em discussões sobre temas étnico-raciais, decolonialidade e astronomia cultural.
O evento também faz parte dos ciclos da residência artística Deitar no céu para olhar o chão, promovida pelo Centro de Arte e Tecnologia (Ja.ca).
Os convidados
O astrofísico Alan Alves Brito é professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde desenvolve atividades de ensino, pesquisa, gestão e divulgação científica. É bacharel em Física pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), mestre e doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e fez estudos de pós-doutorado em instituições no exterior. É autor de livros de literatura, educação e divulgação científica – um deles finalista do Prêmio Jabuti 2020. Em 2022, venceu o Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, na categoria Pesquisador e escritor. Suas pesquisas são relacionadas à evolução química de diferentes populações estelares da Via Láctea, educação e divulgação de astronomia e física, incluindo questões decoloniais, étnico-raciais, de gênero e suas interseções nas ciências exatas.
Rafael RG é formado em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. O artista vive e trabalha em diferentes cidades do Brasil, desenvolvendo uma prática artística que combina fontes documentais e afetivas e explora questões políticas, de identidade racial e relações afetivas e sexuais. Suas obras são apresentadas em workshops, instalações, textos performativos, publicações e objetos, além de mostras e festivais no Brasil e no exterior. Entre os reconhecimentos que obteve, destacam-se o 1º Prêmio Foco ArtRio, o Prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio do Iphan e o Prêmio Aquisição do Centro Cultural São Paulo.