Algoritmo estima volume de madeira em inventários florestais
Inspirado no comportamento das abelhas quando buscam alimento, método foi desenvolvido em Montes Claros
A estratégia de busca por alimento posta em prática pelas abelhas é um processo complexo que envolve várias etapas. Cada inseto procura novas fontes de alimento no ambiente e, ao encontrar, comunica aos demais. Outras abelhas tendem a seguir aquelas que encontraram fontes de alimento com maior potencial. Esse comportamento inspirou a criação de algoritmo de otimização que, posteriormente, foi utilizado por pesquisadores no cálculo de volume de madeira nos inventários florestais.
De acordo com um dos autores da pesquisa, Eugênio Monteiro, que é analista de tecnologia da informação e coordenador do setor no Instituto de Ciências Agrárias (ICA), os experimentos resultaram em um método automatizado e confiável para estimar o volume em empreendimentos florestais.
“As redes neurais são bastante utilizadas no inventário florestal para calcular o volume de madeira. Entretanto, o algoritmo que a gente propôs utiliza redes neurais do tipo RBF (Radial Basis Function Neural Network), cuja arquitetura pode ser gerada automaticamente por qualquer algoritmo de agrupamento”, explica.
A novidade do trabalho, de acordo com o pesquisador, foi a utilização do algoritmo inspirado no comportamento das abelhas para gerar a arquitetura de redes neurais RBF. “A ideia era propor um algoritmo novo para tentar resolver um problema corriqueiro, que é a estimativa do volume de madeira no inventário florestal”, conta Monteiro.
Nos experimentos, os pesquisadores valeram-se de dados de cubagem rigorosa, que são medidas do volume de madeira de árvores, obtidos com empresas do ramo. “De maneira geral, o algoritmo busca se inspirar no chamado comportamento de forrageio, que é a busca por alimento. As abelhas aperfeiçoam essa procura estruturando uma organização entre elas. Aproveitamos essa organização para gerar a estrutura teoricamente ótima para a rede”, comenta Eugênio.
O trabalho foi abordado em matéria publicada na edição 2.059 do Boletim UFMG, que circula nesta semana.