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Bares, academias e hospitais são locais de super contaminação do novo coronavírus

Pesquisa desenvolvida no Japão identificou os principais lugares onde os infectados contraíram a doença

Bares e lanchonetes figuram entre os locais com maior porcentagem de contaminação pelo novo coronavírus, segundo estudo japonês
Bares e lanchonetes figuram entre os locais com maior porcentagem de contaminação pelo novo coronavírus, segundo estudo japonês Tânia Rêgo / Agência Brasil

Um estudo desenvolvido no Japão e publicado neste mês de junho no jornal científico “Emerging Infectious Diseases” investigou os principais lugares de contágio do novo coronavírus. A pesquisa abarcou mais de 3 mil pessoas diagnosticadas com a doença no país e seus respectivos locais de contágio. A partir desses dados, foi traçado um panorama dos lugares de super contaminação do vírus. Os resultados apontaram para bares, academias, centros de saúde e eventos musicais como principais locais de contágio.
 
O estudo chegou a conclusão que bares têm porcentagem de contaminação semelhante a de casas de repousos e clínicas médicas: de 16%. Os locais de trabalho aparecem com porcentagem de contaminação de 13%. Eventos musicais e academias figuram na lista com 11 e 8 por cento, respectivamente. 
 
O programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, conversou com a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG Elaine Leandro Machado sobre os aspectos que tornam um local  propenso a super contaminação. “Devem ser analisados três grandes fatores: a chance de ter uma pessoa infectada naquele local; o nível de aglomeração do ambiente e a quantidade de interação entre as pessoas nesses locais”, explica a professora. 
 
Machado ressalta que além dos aspectos enumerados, a probabilidade de contaminação também está relacionada às medidas de proteção coletivas e individuais adotadas por cada lugar, como disponibilização de álcool em gel, exigência de uso de máscaras e desinfecção constante de objetos. “São muitas variáveis envolvidas no processo, mas claro que lugares fechados de grande aglomeração podem ser lugares de maior infecção do vírus”, pontua a professora Elaine Leandro Machado.
 
Durante entrevista para a Rádio UFMG Educativa, a professora reforçou outros aspectos conhecidos que devem ser levados em conta para prevenir a contaminação do novo coronavírus. “O uso constante da máscara, trocando-a durante o dia; a higienização das mãos, com água e sabão ou álcool em gel; o respeito ao distanciamento social, evitando locais cheios em horário de pico” são citados pela professora como meios de prevenção. “Essas medidas devem ser tomadas por todos, porque indivíduos pré-sintomáticos e assintomáticos também podem transmitir o vírus”, salienta Machado.
 
Paciência e solidariedade
Para a  professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG Elaine Leandro Machado, a volta de atividades que pressupõe uma grande aglomeração de pessoas, como apresentações musicais, shows e exibições esportivas só deve ocorrer quando for desenvolvida uma vacina: “esses aspectos, tão emblemáticos em nossa cultura, precisam ser revistos até que a tenhamos o controle total dessa doença”, defende Machado. “É um momento que exige de todos o espírito de solidariedade e a capacidade de adaptação para este novo modelo de vida, porque não sabemos se será possível voltar ao que era considerado normal antes da pandemia”, justifica a professora, em entrevista ao programa Conexões.

Ouça a conversa com Luíza Glória

O estudo pode ser lido, em inglês, no site do jornal “Emerging Infectious Diseases”.

Produção de Arthur Bugre