Arte e Cultura

Espetáculo montado por turma de teatro da EBA ironiza as efemérides

Temporada estreia hoje e segue até domingo, no auditório da Unidade

Peça discute relação entre a arte e o contemporâneo
Espetáculo discute relação entre a arte e o contemporâneo
Foto: Cláudio Nadalin

De hoje até domingo, a Escola de Belas Artes (EBA) abriga temporada de apresentações do espetáculo teatral Café-Teatro Efemérides, especializado em festas temáticas, apresenta a revista de ano 'Amor no Caos', que parte das efemérides (datas comemorativas de acontecimentos memoráveis) para discutir a arte e o contemporâneo.

Nesta terça, dia 5, haverá uma sessão às 16h, com caráter de ensaio geral. Na quarta, a apresentação ocorre às 12h30. De quinta a domingo, o espetáculo será apresentado às 19h. A entrada é franca, sujeita à lotação do auditório, que tem 150 lugares. Durante as apresentações, a plateia será convidada a fazer contribuições livres, como forma de subsidiar a peça.

Os ingressos poderão ser retirados a partir de meia hora antes do início das sessões. Segundo a organização, a apresentação é desaconselhável para menores de 18 anos.

Amor no caos
O espetáculo é resultado da disciplina Prática de Criação Cênica A, do Curso de Graduação em Teatro da EBA, ministrada por Antonio Hildebrando, diretor geral da peça. “Hilde”, como é conhecido, é também o coordenador de dramaturgia do espetáculo. Seu elenco é formado por 12 alunos da EBA e por uma atriz convidada, ex-aluna da escola.

Na peça, uma empresa especializada em realizar festas, com foco nessas datas comemorativas, precisa decidir o que fazer quando um aposentado tenta contratá-la para comemorar o “dia do amor no caos”, data que inexiste no calendário, mas que, de alguma forma, parece aludir ao caráter caótico do momento brasileiro. “Nas atuais circunstâncias, não dá para recusar trabalho”, brincam os realizadores em texto de divulgação do espetáculo, sugerindo a saída encontrada para a inesperada demanda do aposentado.

“Um exemplo dessas efemérides abordadas criticamente no espetáculo é o 7 de setembro. Na verdade, na peça começamos no Ano Novo, na entrada de 2017, e terminamos no Natal. Há nisso tudo uma brincadeira com a ideia de arte pela arte: uma discussão sobre até onde o teatro pode ser descompromissado com o seu próprio tempo”, explica o diretor.

O espetáculo é atravessado pelas efemérides e suas formas de comemoração – sua irrelevância, em tantos casos, como a existência dos dias da Abreugrafia (04/01), do Enfermo (14/01) e do Cachorro (04/10).