Pesquisa e Inovação

Campus Pampulha sedia conferência internacional sobre robótica

Evento, que segue até sexta, 6, terá palestras, sessões técnicas, workshops e tutoriais

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O evento reúne 160 participantes de 25 países
Foca Lisboa / UFMG

Começou hoje, no campus Pampulha, a 19ª Conferência Internacional sobre Robótica Avançada (Icar 2019), um dos três eventos internacionais mais relevantes sobre o tema. A programação segue até sexta-feira, 6 de dezembro.

A conferência reúne cerca de 160 participantes de 25 países, que vão assistir a palestras, mesas-redondas e sessões técnicas, nos três primeiros dias, e participar, na quinta e na sexta-feira, de workshops e tutoriais sobre temas como cirurgia robótica autônoma, compreensão do movimento humano, segurança ocupacional e saúde em ambientes industriais, interação física com robôs, aprendizado profundo (deep learning) na percepção visual robótica.

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Sandra Goulart: cooperação em conhecimento avançadoFoca Lisboa / UFMG

Na abertura do evento, a reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, afirmou que é um privilégio para a Universidade receber o evento bienal, que vem pela primeira vez ao Brasil. “Essa é mais uma chance de cooperação entre instituições e pesquisadores envolvidos com o conhecimento avançado. Acreditamos no poder da ciência e da educação para a construção de um mundo melhor”, disse.

'Percepção e ação'
O professor do Departamento de Ciência da Computação Mario Montenegro Campos, coordenador geral da Icar 2019, lembra que a robótica – uma das vertentes da inteligência artificial, “conexão inteligente entre percepção e ação” – surgiu na década de 1970, com os primeiros braços mecânicos. “Alguns exemplos de aplicação da robótica são veículos autônomos, exoesqueletos, cadeiras de rodas e os robôs antromórficos (com aspecto humano)”, enumera o professor, acrescentando que a ciência se desdobra em robótica médica (e cirúrgica), móvel, cognitiva, reabilitatória, aérea, interação humano-robô, múltiplos robôs e sistemas interligantes, entre outras áreas.

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Mario Campos: proporções ideais
Foca Lisboa / UFMG

Em sua fala na cerimônia de abertura, realizada nesta tarde, no Centro de Atividades Didáticas de Ciências Exatas (CAD 3), Mario Campos, que é pró-reitor de Pesquisa, destacou que, em razão de não ser um evento de grandes proporções, a Icar propicia oportunidade única de troca de experiências entre os participantes. 

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Fiorini: história doa conferênciaFoca Lisboa / UFMG

O professor Paolo Fiorini, da Universitá degli Studi di Verona (Itália), um dos coordenadores do evento, relembrou a história da Icar,  teve sua primeira edição em 1983, em Tóquio (Japão), e foi sediada apenas uma vez na América Latina, pelo Uruguai.

Colaboração homem-robô
Na primeira palestra da Icar 2019, o professor Oussama Kathib, da Stanford University (EUA), ressaltou que já se vive a era da colaboração homem-robô e que a robótica passa por grande transformação, com forte impacto na economia, na cultura e na sociedade global. “As novas gerações de robôs vão, cada vez mais, afetar as pessoas e suas vidas, em casa, no trabalho e em novos campos de atuação”, escreveu Kathib, em texto de apresentação de sua palestra no evento.

Para ilustrar a combinação de habilidades cognitivas e da experiências humanas com a força, o alcance e a resistência dos robôs, o professor mostrou vídeos do projeto Ocean One, mergulhador robótico-humanoide bimanual que, em 2016, visitou o navio francês La Lune, afundado em 1664. Segundo ele, robôs como esse mantêm os humanos distantes de perigos e têm sido capazes de alterar fundamentalmente o trabalho remoto. "Essas máquinas, cada vez mais sofisticadas e apoiadas na tecnologia digital, poderão trabalhar também em minas e zonas de desastres”, disse Oussama Sathib, em breve entrevista ao Portal UFMG.

As outras duas grandes palestras do evento serão ministradas pelos professores Peter Corke (Queensland University of Techonology, Australia), que vai abordar “robôs que enxergam”, e Paolo Fiorini, que vai falar sobre a autonomia na cirurgia robótica. A Icar 2019 recebeu 235 artigos, dos quais 125 serão apresentados ao longo da semana.

A solenidade contou com a participação do professor Mauricio Freire Garcia, da Escola de Música, que executou, na flauta, o Hino Nacional Brasileiro, Bacchianas nº 5 e Choro nº 2, ambas de Heitor Villa-Lobos (a última peça, em duo com o clarinetista Alexandre Silva, da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais).

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Alexandre Silva e Mauricio Freire: peças de Villa-LobosFoca Lisboa / UFMG

Itamar Rigueira Jr.