No centro da cidade histórica de Ouro Preto, na Rua Brigadeiro Musqueira, número 128, ergue-se uma construção antiga, que só não é mais discreta por causa da cor: sua fachada é pintada de um tom de laranja vivo, que se destaca em meio às cores neutras das casas ao redor. Passando por lá desavisadamente, muitos podem não saber que aquele prédio abriga o mais antigo teatro em funcionamento das Américas: É a Casa da Ópera de Ouro Preto, que neste sábado celebra os 250 anos de sua inauguração.

A construção foi oficialmente aberta em 6 de junho de 1770, quando a região, ainda conhecida como “Vila Rica”, era a capital da Capitania de Minas Gerais, no período colonial. João de Souza Lisboa foi o construtor e proprietário da obra, apoiado pelo governador da Capitania, e por seu secretário, o poeta Cláudio Manoel da Costa. Ao longo de seus dois séculos e meio de presença na cidade, o teatro recebeu figuras importantes da arte e da política brasileira, e foi testemunha de momentos históricos. A Casa da Ópera de Ouro Preto segue em funcionamento até hoje, o que faz dela: o teatro mais antigo preservado e em atividade das Américas e o único teatro setecentista em funcionamento no Brasil. 

A pesquisadora da Universidade Nova de Lisboa, Rosana Marreco Brescia, que também é musicista, licenciada em canto lírico, falou, em entrevista ao programa Noite Ilustrada, sobre a história da Casa da Ópera.

A pesquisadora Rosana Marreco Brescia é autora do livro “É lá que se representa a comédia: a Casa da Ópera de Vila Rica 1770-1822”, e organizadora da obra “A Casa da Ópera de Vila Rica / Ouro Preto – 1770-2020”, que será lançada junto ao aniversário do teatro.