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Círculo de Saberes traz olhar indígena sobre a Semana de Arte Moderna de 22

Evento discute apagamento de identidades e expressões artísticas no modernismo e outros processos realizados anteriormente na história do Brasil

A revisão acerca dos atores e das consequências da Semana de Arte Moderna de 1922, permeada por críticas à falta de diversidade regional, de raça e de gênero do evento, tem guiado parte das comemorações dos cem anos da Semana de 22. O modernismo pautou uma série de discussões que moldaram a produção artística brasileira nas últimas décadas, mas, para muitos especialistas e estudiosos, também promoveu o apagamento de certas identidades e expressões artísticas, como a indígena. Nesse contexto, o Itaú Cultural promove nesta semana o círculo de saberes Mekukradjá, que busca trazer um olhar indígena sobre o evento realizado há cem anos na capital paulista. 

Com curadoria dos educadores Daniel Munduruku e Naine Terena e da antropóloga e cineasta Júnia Torres, 21 indígenas, entre lideranças, escritores, cineastas, artistas visuais e acadêmicos, participam de círculos de conversas sobre as artes dos povos originários e sua invisibilização na história brasileira, incluindo a Semana de Arte Moderna de 1922. As discussões têm base na Semana de 22, mas também abarcam processos que foram realizados em períodos anteriores da história do país. O programa Noite Ilustrada desta quarta-feira, 16, trouxe um pouco dessa discussão e convidou a antropóloga e cineasta Júnia Torres, uma das curadoras do Mekukradjá, para falar sobre a importância de revisar os apagamentos de 100 anos atrás, discutir outros movimentos que passaram pelo mesmo processo e dar mais detalhes sobre a programação do evento.

Ouça a entrevista completa no Soundcloud.

O Círculo de Saberes Mekukradjá tem como tema A gente somos – Reantropofagizando o Brasil, inspirado no conceito de reantropofagia, do artista Denilson Baniwa, um dos nomes que marca presença no evento. Os debates começaram nesta quarta-feira e seguem até a próxima sexta-feira, 18 de fevereiro, sempre às 10h30 e às 16h30. A programação pode ser consultada e acompanhada no site do Itaú Cultural e no canal do instituto no Youtube.

Produção: Hugo Rafael
Publicação: Enaile Almeida, sob orientação de Hugo Rafael