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Claudia Mayorga passa a atuar por direitos humanos no Conselho Federal de Psicologia

Posse, nesta terça, 24, foi realizada on-line; pró-reitora de Extensão diz que vai compartilhar iniciativas da UFMG

Claudia Mayorga:
Claudia Mayorga: psicólogos devem analisar consequências do isolamentoFoca Lisboa / UFMG

A professora Claudia Andréa Mayorga Borges, vinculada ao Departamento de Psicologia da Fafich e pró-reitora de Extensão da UFMG, tomou posse ontem (terça, 24) como membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP), para o período de 2020-2022. A atividade tem natureza honorífica, sem remuneração.

A posse, marcada anteriormente para 4 de abril, foi antecipada – e realizada a distância – em razão das urgências relacionadas à pandemia da Covid-19. 

Criada em 1998, a Comissão atua para incentivar a reflexão sobre os direitos humanos inerentes à formação, prática profissional e pesquisa em Psicologia, intervir nas situações em que haja violações de direitos humanos que produzam sofrimento mental, colaborar em iniciativas destinadas a preservar os direitos humanos, apoiar o movimento internacional nesse campo e estudar todas as formas de exclusão que provoquem sofrimento mental.

Pandemia e desigualdades
Em sua manifestação durante o evento on-line, Claudia Mayorga lembrou que “as desigualdades brasileiras são estruturais, e a pandemia do coronavírus atinge de formas distintas os grupos em nossa sociedade. Toda política de atenção à população deve considerar essas especificidades, e as medidas tomadas precisam considerar a dimensão das pessoas – sua saúde física e mental – e também a dimensão estrutural”.

Segundo a professora, é preciso começar já a construir as saídas dessa situação. “Essa construção envolve uma compreensão sobre os efeitos de diversas ordens da pandemia e a adoção de medidas que não acirrem as desigualdades que marcam as vidas de moradores de vilas, favelas e ocupações, indígenas, trabalhadores rurais, mulheres, trabalhadores terceirizados, deficientes e tantos outros.” 

Claudia ressaltou que as situações de isolamento já têm consequências que deverão ser analisadas por vários profissionais, incluindo os da psicologia. “Políticas estão sendo pensadas em todo o Brasil, e a dimensão da saúde mental deve estar articulada com tantas outras que envolvem os impactos da pandemia”, disse.

A pró-reitora de Extensão afirmou ainda que pretende compartilhar, na Comissão de Direitos Humanos do CFP, as experiências das políticas desenvolvidas na Universidade, como a Rede Direitos Humanos, a Rede Saúde Mental e o Programa Participa UFMG. “Espero também que o trabalho da comissão colabore com as políticas que estão sendo construídas pela UFMG e por outros profissionais da psicologia em Minas Gerais. O diálogo com diversos setores da sociedade é fundamental nesse momento”, completou. 

Claudia Mayorga é psicóloga e atua na área de psicologia social e comunitária. Coordena o Núcleo de Pesquisa e Extensão Conexões de Saberes na UFMG e desenvolve atividades no campo dos direitos humanos de populações das periferias, mulheres e negros, com ênfase em políticas públicas.