Concentração populacional em grandes cidades favorece disseminação do coronavírus
No sétimo episódio da série 'Por que ficar em casa', demógrafo explica como a circulação de pessoas contribui para a chegada do vírus ao interior
A concentração da população em grandes metrópoles como São Paulo, em um cenário em que não há testes suficientes para saber onde estão todos os infectados pelo coronavírus, é um prato cheio para a Covid-19 se espalhar caso não haja nenhum tipo de restrição de circulação de pessoas. Esse cenário pode se agravar com o deslocamento dos moradores das grandes cidades para municípios de médio e pequeno portes.
Esse é o tema do sétimo episódio da série Por que ficar em casa?, produzida pela Rádio UFMG Educativa. O professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Douglas Sathler, que é doutor em demografia pela UFMG, explica como as características das grandes cidades favorecem a propagação do vírus e por que é preciso reduzir ao máximo os níveis de circulação para evitar que a doença também chegue às pequenas cidades do interior.
A série Por que ficar em casa? tem nove episódios, nos quais nove cientistas de nove diferentes áreas apresentam as evidências que embasam as medidas de isolamento social como forma de contenção do coronavírus. No primeiro, o infectologista Carlos Starling falou sobre o impacto da Covid-19 sobre o sistema de saúde brasileiro.
No segundo episódio, o cientista político Eduardo Marques, da USP, mostrou por que as condições precárias de habitação no Brasil representam um entrave para o isolamento apenas dos chamados grupos de risco.
O tema do terceiro episódio, com a professora da Escola de Enfermagem da UFMG Deborah Carvalho Malta, foi a alta incidência de doenças crônicas entre os brasileiros. Elas representam um fator de risco para infecção pelo coronavírus e é mais um motivo para que as pessoas fiquem em casa.
O quarto episódio da série aborda as lições da história. A professora Myriam Bahia Lopes, da Escola de Arquitetura, contou como a cidade de Leicester, na Inglaterra, conseguiu conter a epidemia de varíola no século 19 graças a medidas de higiene pessoal e isolamento social.
O quinto episódio tratou das consequências da demora na implementação de medidas de isolamento social na Itália. A entrevistada foi a professora do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG Fernanda Cimini.
As projeções matemáticas foram o tema do sexto episódio da série, com o professor do Departamento de Matemática da UFMG Ricardo Takahashi. Ele explicou o que indicam os números sobre a necessidade de adoção das medidas de isolamento social.
Nesta quinta-feira, dia 30, no oitavo episódio, a professora Cláudia Ribeiro de Andrade, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, fala sobre a suspensão das aulas e explica por que as crianças também devem ficar em casa.
A série pode ser ouvida no rádio (frequência 104,5 FM), no Programa Conexões (das 9h às 12h), no site da emissora hospedado no Portal UFMG e pelo IGTV do perfil da emissora no Instagram.