Arte e Cultura

Conservatório UFMG reabre as portas com sarau que celebra história da Escola de Música

Após mais de dois anos, espaço retoma atividades presenciais na quinta-feira, 28, com apresentações musicais, mostras de vídeos, obras artísticas e documentos

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Prédio na Avenida Afonso Pena abrigou Conservatório Mineiro de Música, rebatizado como Escola de Música da UFMG Foca Lisboa | UFMG

O Conservatório UFMG (Avenida Afonso Pena, 1.534, Centro) reabre as portas ao público nesta semana, após dois anos de suspensão total das atividades presenciais, por conta da pandemia. Além da retomada da programação no espaço, o evento também marca o início da temporada 2022 de concertos e outros eventos e a celebração dos 97 anos do Conservatório Mineiro de Música, a atual Escola de Música da UFMG. Os 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 também terão destaque na programação.

As apresentações terão início com o Sarau do Conservatório UFMG, a partir das 19h30 desta quinta-feira, 28. Nessa data, o Conservatório vai oferecer ao público não somente as costumeiras apresentações musicais, mas também a oportunidade de conhecer vários de seus espaços e uma parte de sua história, por meio de mostras de vídeos, obras artísticas e documentos do Centro de Memória mantido pela instituição.

Parte dessa história refere-se ao próprio prédio da Avenida Afonso Pena, que hoje abriga o Conservatório UFMG. Antes de sediar o espaço cultural, a construção abrigou, a partir de 5 de setembro de 1926, o Conservatório Mineiro de Música. Inaugurada pouco mais de um ano antes, em 29 de abril de 1925, em sede provisória, a escola passou a integrar a Universidade em 1962. Dez anos depois, recebeu o nome de Escola de Música da UFMG. O nome original seguiu na fachada do prédio, e, em 1988, o edifício foi tombado como patrimônio arquitetônico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). No fim dos anos 90, com a transferência da Escola de Música para o campus Pampulha, o prédio foi reformado e reinaugurado em agosto de 2000, sendo rebatizado como Conservatório UFMG, um espaço cultural vinculado à Universidade, mas aberto à população de Belo Horizonte.

Na esfera musical, o Sarau do Conservatório UFMG dá destaque à música de Heitor Villa-Lobos, para celebrar os 100 anos da Semana de Arte Moderna. O compositor brasileiro, cuja música ficou mais associada ao modernismo, terá três de suas obras executadas por professores da Escola de Música e estudantes do Programa de Pós-graduação em Música da Universidade: Bachianas brasileiras nº 5, Melodia sentimental e Choros 7. A Aria das Bachianas nº 5, uma das mais famosas melodias brasileiras, será apresentada em sua versão para violoncelo. A Melodia sentimental será mostrada pela cantora Luciana Monteiro de Castro, professora da UFMG. 

O Ars Nova – Coral da UFMG também vai marcar presença no sarau da próxima quinta, com a apresentação de quatro negro spirituals, extraídos do oratório A child of our time, do compositor britânico Michael Tippett. Completando a programação musical, obras de música eletroacústica serão executadas na sala do Espaço de Criação e Invenção Sonora (ECrIS), projeto dedicado ao fomento e à divulgação da criação artística contemporânea.  

Ars Nova: coral da UFMG se apresenta na retomada da Conservatório
Ars Nova - Coral da UFMG é uma das atrações que se apresenta na retomada presencial do Conservatório Beatriz Cordeiro

Mostras e exibições
Também integra a programação do sarau a exposição Quadros da Ópera Tiradentes –Antônio e Dakir Parreiras. As pinturas pertencem ao acervo da Sala de Recitais do Conservatório UFMG e foram encomendadas a Antônio e Dakir Parreiras para a inauguração do prédio, em 1926. As obras são inspiradas na Ópera Tiradentes, que narra a história da Inconfidência Mineira. O visitante vai poder apreciar as 13 telas instaladas nas paredes laterais do auditório e o painel principal, instalado no palco. Além disso, será exibido vídeo da exposição virtual, com informações e curiosidades sobre as obras. Composta pelo violonista e compositor brasileiro Manoel Joaquim de Macedo Júnior (1845-1925), com base no libreto do poeta Antônio Augusto de Lima (1859-1934), a Ópera Tiradentes tem seu manuscrito original, com 1.192 páginas, preservado na Biblioteca da Escola de Música da UFMG. 

Também haverá exibição de vídeos especiais, produzidos durante a pandemia. Desde 2020, o Conservatório UFMG divulga vídeos com trechos de apresentações realizadas em seus palcos por artistas de Belo Horizonte e convidados de todo o mundo. Durante o Sarau, uma seleção desse acervo poderá ser vista em projeções feitas no prédio. As exibições serão marcadas por diversidade de gêneros, ritmos, formações instrumentais e épocas de produção.   

Na sequência
A programação de maio do Conservatório UFMG também já está fechada e tem início no dia 6, uma sexta-feira, com a série Perspectiva. Em cartaz, a apresentação de dança folclórica Nos passos do Grupo Sarandeiros – 42 anos de histórias. Na quinta-feira seguinte, 12, o Ars Nova – Coral da UFMG, sob regência do maestro Lincoln Andrade, vai apresentar o especial Restauração: nosso canto é de fé, pacificação e cura. No dia 17 e no dia 24, haverá duas apresentações da série Conexões musicais: Abre a roda – Mulheres no choro e o recital de piano Chansons et mélodies, com Diego Caetano. No dia 27, será a vez do Circuito Contemporâneo, com a música eletroacústica do ECrIS. Fechando a programação do mês, haverá mais um sarau, com música instrumental e poesia. A programação do Conservatório UFMG pode ser acompanhada no site, no perfil do espaço no Instagram e na página no Facebook.

Com Setor de Comunicação do Conservatório UFMG