Covid-19 acentua desigualdade econômica
Famílias com renda de até dois salários mínimos e que atuam no setor de serviços sofrerão maior impacto
As reduções do PIB, do emprego e da renda são esperadas como consequências da crise provocada pela Covid-19. Mas os efeitos irão variar de acordo com a classe econômica de cada família, aponta estudo do qual participou a professora da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, Débora Freire, sendo mais acentuados para os mais pobres. Segundo a professora, isso se dá em virtude da composição de rendimentos, já que os das famílias mais pobres são menos diversificados, e também pelo impacto no mercado de trabalho, que deve ser pior no setor de serviços, que emprega a maior parte delas.
Outro ponto importante, segundo a professora, é que, como essas famílias serão mais afetadas, o impacto no consumo será mais pronunciado já que as mesmas representam grande parte da população e tendem a gastar mais com consumo, gerando um impacto maior na atividade econômica.
Como sugestão para amenizar os efeitos da crise, a professora indica que deve haver transferências de renda, como o auxílio emergencial Covid-19, de R$ 600, anunciado pelo governo federal. Além disso, é preciso tomar medidas para ajudar o setor privado, especialmente pequenas e médias empresas.
Entrevistada: Débora Freire, prof. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG
Equipe: Diogo Diniz (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens), Jessika Viveiros (edição de conteúdo)