Saúde

Cuidados para realização de transplantes são redobrados na pandemia

Apesar da queda no número de cirurgias no primeiro semestre, pacientes mineiros que aguardavam órgãos sólidos não chegaram a ser prejudicados

Com o advento da pandemia de covid-19, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos recomendaram a suspensão ou o adiamento de transplantes de tecidos, como córneas. De janeiro a agosto do ano passado, o número de cirurgias foi de 949. Em 2020, no mesmo período, foram realizados 533 transplantes, ou seja, houve redução de 41,7%.

Entretanto, segundo a médica Sílvia Zenóbio, coordenadora do Núcleo de Fígado do MG Transplantes, a política de testagem de doadores possibilitou que o número de transplantes de órgãos sólidos, como coração, pulmões e rins, voltasse a patamares semelhantes aos do ano passado no estado. Dessa forma, os pacientes que aguardavam na fila por órgãos sólidos não foram prejudicados.

Ainda de acordo com a coordenadora, os pacientes na fila do transplante geralmente fazem parte do grupo de risco da covid-19 por estarem com a saúde debilitada antes do recebimento do órgão e, após o transplante, pela necessidade do uso de medicamentos imunossupressores, que podem induzir quadros mais graves da doença em casos de infecção pelo novo coronavírus. “Muitos hospitais que interromperam os programas de transplantes o fizeram para proteger o paciente e evitar que ele mantivesse contato com outros possíveis infectados pelo novo coronavírus”, afirma Sílvia Zenóbio.  

Equipe: Artur Horta (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens), Renata Valentim e Gabriel Araújo (edição de conteúdo)