Em encontro de reitores, Sandra Almeida apresenta iniciativas e soluções da UFMG na pandemia
Evento latino-americano será encerrado na tarde de hoje; apresentações estão disponíveis no YouTube
Encerra-se nesta sexta-feira, 30, a 3ª Assembleia Geral da Conferência de Reitores da América Latina (Crula), da Agência Universitária da Francofonia (AUF). A reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, participou ontem de painel sobre sustentabilidade das matrículas universitárias, evasão de alunos e qualidade do ensino superior, na perspectiva de impactos e soluções neste período de crise.
Ao enumerar os principais desafios impostos pelas grandes mudanças provocadas pela pandemia da covid-19, Sandra mencionou, entre outros pontos, a necessidade de reforçar as políticas de inclusão, em razão do empobrecimento da população, combater a falta de motivação dos estudantes, que sentem falta da interação das atividades presenciais, e lidar com o tempo maior de integralização dos cursos, por causa da impossibilidade de realização de aulas práticas e trabalho em campo.
A reitora ressaltou que a UFMG tem trabalhado em várias frentes e lutado para superar graves restrições orçamentárias que têm atingido as universidades federais. “Temos concentrado esforços para apoiar os estudantes na migração para o ensino remoto, ampliar a assistência estudantil, manter os editais acadêmicos, flexibilizar normas para evitar cancelamento de matrículas e preparar nossos professores para o novo contexto de ensino”, disse.
Segundo Sandra Goulart Almeida, a gestão da UFMG está convicta de que é preciso planejar além da crise e avaliar constantemente os efeitos das intervenções, como as novas práticas pedagógicas. Ela ressaltou também a preocupação extrema com a segurança do plano de retorno escalonado às atividades presenciais e a colaboração com o poder público, em diversas esferas, no combate à pandemia. “As universidades devem atuar unidas com foco em cooperação, responsabilidade, empatia e solidariedade”, concluiu.
Situação no Chile e na região
O outro participante do painel, Claudio Ruff, reitor da Universidade Bernardo O’Higgins, no Chile, apresentou números que atestam aumento do número de matrículas, da qualidade do ensino superior e da retenção de estudantes nas últimas quatro décadas, no país. Segundo ele, em 2020, o Chile registrou a primeira queda na quantidade de inscrições nas universidades, e a situação em 2021 não deve ser muito diferente.
Entre as iniciativas do Estado e das universidades vinculadas à crise sanitária, Claudio Ruff mencionou o aumento de fundos para bolsas, flexibilização do pagamento de mensalidades, garantia de conectividade para as aulas remotas, elaboração de protocolos de prevenção da covid-19, suporte de diversas naturezas – do médico e psicológico ao jurídico –, fabricação de máscaras e outros equipamentos e doações de alimentos a famílias vulneráveis.
O reitor chileno expôs manifestações de dirigentes de universidades da América Latina sobre os desafios atuais. Eles enfatizaram, entre outros, a carência de instrumentos de avaliação e de formação de docentes para o ensino a distância, os efeitos nocivos do confinamento sobre a saúde mental e os riscos para a resistência e a saúde financeira das instituições de ensino superior. Estudantes, por sua vez, relataram a percepção de impacto negativo sobre a qualidade do ensino e disseram que os maiores prejuízos têm sido nas áreas de humanidades, artes e arquitetura. Para 80% dos entrevistados, a situação criada pela pandemia cria dificuldades relevantes.
A mesa com participação da reitora da UFMG, mediada pelo reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Tourinho, está disponível na plataforma YouTube, a partir de 2h25 de gravação dos encontros do dia 29.
O encontro reúne dirigentes de instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidad del Rosário (Colômbia), a Universidad de Guyana (Guiana Francesa) e a Universidad del Salvador (Argentina).