Arte e Cultura

Em oficina, cozinha e ateliê se encontram para potencializar a arte

Tintas e pincéis se misturam a temperos e aromas na oficina Cozinha da pintura, que estimula interessados em culinária e arte a buscar várias possibilidades de interação desses dois universos, o que inclui o uso de alimentos como pigmentos e experiências sensoriais na produção artística.

A oficina, que será realizada até amanhã, na Casa da Gravura, da Escola de Belas-Artes, funciona como um ateliê-cozinha, no qual os participantes utilizam os cinco sentidos para entender melhor os alimentos e criar uma aproximação com a arte.

Enquanto alguns artistas-cozinheiros se aventuravam em receitas na cozinha, preparando chá, café e panquecas de banana, outros valiam-se do tato e da aproximação para entender as formas de frutas e verduras e melhor representá-las em tela e papel.

Marcel Diogo: sentidos como instrumentos para influenciar uma obra
Marcel Diogo: sentidos como instrumentos para influenciar uma obra Rodrigo Carvalho/UFMG

Em uma das atividades propostas na oficina, os participantes observaram os alimentos que iriam desenhar, para depois, de olhos vendados, tocar e desenhar sem o auxílio da visão. A atividade demonstra que existem outros sentidos a serem explorados durante a produção, além de desobrigar os artistas da busca pela perfeição na execução das obras.

Lucas Emanuel durante a produção de arte inspirada na culinária
Lucas Emanuel durante a produção de arte inspirada na culinária Rodrigo Carvalho / UFMG

Estudante de direito e artista, Lucas Emanuel preparou panquecas de banana para todos os participantes. “Eu gosto muito deste ambiente de troca de referências, de conhecer técnicas e abordagens. Estou em busca de novos conhecimentos na área para desenvolver a sensibilidade artística”, disse Lucas.

A oficina é ministrada pelo artista Marcel Diogo, graduado em Pintura e licenciado em Artes pela UFMG. Ele deixa os participantes bem à vontade para se apropriar do espaço e materiais e buscar diferentes possibilidades de interação entre cozinha e ateliê.

Segundo Marcel, os sentidos devem ser utilizados para captar as texturas, as cores e sabores e para influenciar o produto final de uma obra - um alimento ou uma pintura. “A pintura é líquida, é fluida. Devemos entender como outros sentidos, além da visão, podem acrescentar algo a arte, de forma complementar e contínua”, afirmou Marcel.

No vídeo abaixo, produzido pelas Redes Sociais da UFMG, o artista dá mais detalhes da atividade e do seu método de trabalho.

(Rodrigo Carvalho)