Enfermagem faz telemonitoramento de pacientes com suspeita de Covid-19
Dupla de estudantes já atendeu mais de 60 pessoas que vivem em área de influência do Conjunto Santa Maria, em Belo Horizonte
As alunas Aline Wallma Campos Gontijo e Laura Leticia Perdigão Guerra, do 9º período do curso de Enfermagem da Escola de Enfermagem, estão monitorando, por meio de contatos telefônicos, casos de síndrome gripal (SG) de pacientes atendidos em unidades básicas de saúde de Belo Horizonte. A atividade é uma das estratégias propostas para a Vigilância Epidemiológica da Covid-19 e integra projeto de extensão coordenado pelas professoras Kênia Lara da Silva e Isabela Silva Câncio Velloso, do Departamento de Enfermagem Aplicada.
Kênia explica que a participação de estudantes no monitoramento telefônico de casos suspeitos de síndrome gripal insere-se no rol de atividades que podem contribuir para o desenvolvimento das competências da disciplina Estágio curricular: atenção primária à saúde. “As unidades de saúde passaram a receber pacientes com sintomas da Covid-19, e a necessidade de vigilância desses casos impulsionou a criação do projeto. É uma forma de contribuir com o serviço no qual realizamos a atividade curricular, mesmo não estando lá de forma presencial", afirma a professora. Segundo Kênia, o trabalho a distância exigiu a criação de fluxo para acompanhamento e apoio diário às estudantes na discussão dos casos, estratégias de orientação e educação em saúde.
Tempo real
A estudante Aline Gontijo explica que casos suspeitos de Covid-19 são inseridos pelos profissionais do centro de saúde em uma planilha de atualização em tempo real, que reúne informações como nome completo, idade, telefone, comorbidades, data dos primeiros sintomas e da notificação. “A partir dessa inserção, começa o meu trabalho e da Laura. As ligações são realizadas de domingo a domingo. Para pacientes adultos, nós ligamos durante sete dias e, para crianças, durante 10 ou 14 dias consecutivos após a realização da notificação", informa Aline.
Nos contatos, a dupla de estudantes conversa com o próprio paciente ou com o responsável por ele para saber sobre sua evolução sintomática. "Perguntamos sobre febre, tosse, coriza, dor de garganta, mal-estar geral, dificuldade respiratória, inapetência, entre outros sintomas. Com essas informações, preenchemos uma ficha e a planilha de atualização, que são compartilhadas com o centro de saúde", explica Aline. Até o momento, as estudantes já atenderam 62 usuários que residem na área de influência do Centro de Saúde Conjunto Santa Maria, na região Oeste de Belo Horizonte.
De acordo com Aline Campos Gontijo, a participação no projeto de extensão tem-lhe proporcionado a oportunidade de se sentir um pouco mais próxima aos serviços de saúde durante a pandemia. “O monitoramento dos pacientes nos traz uma realidade mais palpável do atual contexto em que a cidade se encontra e nos permite manter vínculo tanto com os usuários do serviço quanto com os demais profissionais", afirma. Outro benefício dessa participação, relata a estudante, é estar sempre atualizada em relação a protocolos, normas e orientações relacionadas à pandemia.