Estudo baseado em interações sociais vai gerar modelo epidemiológico para covid-19
Pesquisadores dos departamentos de Sociologia e de Estatística, da UFMG, trabalham em parceria com universidade equatoriana com expectativa de resultados em período de dois anos
As pesquisas e investigações científicas sobre a covid-19 não se restringem às áreas biológicas e da saúde. Todas as áreas do conhecimento apresentam contribuições importantes em relação ao combate da pandemia que estamos vivendo. É o caso dos departamentos de Sociologia e de Estatística da UFMG que, em parceria com a Universidade Central do Equador, estão trabalhando em um modelo epidemiológico com base na análise das redes de relacionamento das pessoas e os lugares onde ocorrem os contatos entre indivíduos. O estudo pretende gerar indicadores que possibilitam associar características epidemiológicas a diversos fatores vinculados aos contextos sociais, como as vizinhanças, as escolas, locais de trabalho e o transporte público. O projeto foi aprovado na chamada Pesquisas para enfrentamento da covid-19, suas consequências e outras síndromes respiratórias agudas graves, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e deve ser concluído em dois anos. A expectativa é que, ao fim do período, os pesquisadores tenham desenvolvido uma ferramenta que possibilitará fazer várias simulações sobre a evolução da covid-19 e de outras síndromes respiratórias.
Esse tipo de análise é muito importante para se considerar a volta das atividades presenciais nas cidades. Nesta segunda-feira, 26, ocorre a abertura das escolas infantis em Belo Horizonte, fechadas desde 20 de março do ano passado. De acordo com a prefeitura, o retorno inclui somente crianças com idade até cinco anos, em um esquema diferenciado que as instituições de ensino devem cumprir. O retorno está previsto para as redes municipal, estadual e privada.
Em entrevista ao programa Conexões, o professor do Departamento de Sociologia da UFMG Silvio Salej Higgins, que coordena o estudo, explicou como será a elaboração do modelo epidemiológico e comentou como a volta às aulas pode alterar esse modelo e atuar na evolução da pandemia. Mais informações sobre a pesquisa no portal da UFMG.
Produção: Luiza Glória
Publicação: Alessandra Dantas