Arte e Cultura

Exposição sobre as mudanças físicas de BH ganha acervo on-line permanente

A coleção 'Cidade palimpséstica' reúne mais de 100 registros fotográficos da capital mineira nas décadas de 1960 e 1970

Vista de Belo Horizonte, com o Viaduto Santa Tereza ao centro, em 1965
Vista de Belo Horizonte, com o Viaduto Santa Tereza ao centro, em 1965 Acervo

Foi lançada ontem (16) a coleção virtual da exposição Cidade palimpséstica, que tem curadoria dos alunos do curso de graduação em Museologia da UFMG. A exposição contém imagens de uma Belo Horizonte em constante transformação. Para ilustrar as mudanças no espaço da cidade, reinventa o palimpsesto – pergaminho ou papiro que teve seu texto apagado para que pudesse ser reutilizado. “Belo Horizonte é uma cidade que se reescreve constantemente. A exposição mostra a evolução urbana da capital mineira, mostrando o que mudou. Além disso, muita coisa foi demolida. e novas construções surgiram no lugar”, diz a professora Ana Cecília Rocha Veiga, uma das professoras colaboradoras do projeto.

Na exposição, a capital mineira inteira é um palimpsesto urbano, retratado por meio de fotografias que registram as mudanças nos seus espaços entre 1956 e 1979 – fase de intensa transformação nas paisagens urbanas em nosso país –, decorrentes do crescimento populacional. As imagens que compõem a mostra foram produzidas por uma equipe de professores, fotógrafos e técnicos da UFMG e foram cedidas pelo Laboratório de Fotodocumentação Sylvio de Vasconcellos, da Escola de Arquitetura da UFMG.

A fase física da exposição ocorreu entre junho e novembro deste ano, no Espaço Cultural CBTU, em algumas estações do metrô, no Centro Cultural UFMG e na Escola de Arquitetura da UFMG. Atividades relacionadas foram promovidas paralelamente, como visitas mediadas, experiências de realidade aumentada na Praça da Liberdade e a criação de um blog.

Monumento ao Aleijadinho, no Campus Pampulha da UFMG, em 1977
Monumento ao Aleijadinho, no campus Pampulha da UFMG, em 1977 Acervo

A migração do acervo para uma plataforma digital é o encerramento da Cidade palimpséstica. As mais de cem fotografias antigas que fizeram parte da exposição presencial agora podem ser vistas por todos por meio do Tainacan, plataforma para museus gratuita, de código aberto e totalmente nacional, que foi desenvolvida pela Universidade Federal de Goiás (UFG), pela Universidade de Brasília (UnB) e pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), com recursos do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e da Fundação Nacional das Artes (Funarte).

A exposição on-line, juntamente com os demais conteúdos disponibilizados no site, é permanente. Por ocasião do lançamento, a equipe da Cidade Palimpséstica rememorou o ano de atividades em um post, relembrando desde as atividades das disciplinas de exposição curricular – momento da graduação em Museologia em que os discentes têm a experiência de organizar uma exposição do zero – até o encontro com a plataforma Tainacan.

O acervo completo desses mais de 20 anos do palimpsesto belo-horizontino está disponível. É possível navegar pela plataforma lançando mão de diversos filtros e categorias ou percorrer as 102 fotografias em sua totalidade.

Maria Gabriela Lara