EBA abriga exposições de manifestos artísticos
Obras propõem reflexões sobre o universo feminino, conjuntura social e papel da memória
![Cola Coletivo Obra que compõe a exposição Anarco.bricolagem](https://ufmg.br/thumbor/NyWIJDv0nKIXiyRUO1-Xymtjd-E=/0x1557:3526x3902/712x474/https://ufmg.br/storage/2/6/2/1/2621168a2d09ac0cf25ab5b76c03e50b_15245854754442_1467920325.jpg)
Duas exposições de manifesto artístico instaladas em ambientes da Escola de Belas Artes podem ser visitadas até 25 de maio.
No Espaço F, localizado no segundo andar do prédio, encontra-se a exposição Anarco.bricolagem, do Cola Coletivo, grupo formado por Gustavo Mazzeti, graduando de Cinema de Animação e Artes Digitais, e por Pedro Cabral, graduado em Educação Física pela UFMG. Com técnicas de recorte e colagem, as obras estimulam reflexões sobre a atual conjuntura social, representando acontecimentos recentes do cenário político nacional, de forma a argumentar sobre seu caráter surreal e a curta memória da sociedade brasileira.
“O conceito surgiu da nossa inquietação a respeito do uso das imagens e notícias pelos meios de comunicação e pelas apropriações feitas por meio delas. Sob o mote do caráter bizarro da política brasileira, as colagens reconfiguram a realidade apresentada, desenvolvendo-se nos moldes do surrealismo que emana dos fatos e das aparentes descontinuidades da memória coletiva brasileira sobre as noções de moral”, descreve Gustavo Mazzeti.
Os autores refletiram sobre o discurso contido em manchetes, reorganizaram os fatos apresentados e elaboraram novas interpretações do cenário recente nacional e da cultura política. “Nossa intenção foi promover o diálogo por meio do exagero do discurso, mesclando o cotidiano com o aparente esquecimento e despersonalização de nossa história pública”, complementa Gustavo.
Espaço íntimo do corpo
![Isabel Ávila e Theodora Obra pertencente a exposição O Tempo Passa](https://ufmg.br/thumbor/y7N4zkUF6Npl_TS3ZZyOgAixWxk=/316x0:1950x2507/352x540/https://ufmg.br/storage/e/e/c/a/eeca9733db739df036231ebbdfc423a5_15245860968781_1324011585.jpg)
Logo no corredor de entrada do prédio, os visitantes poderão apreciar a exposição O tempo passa, das artistas Isabel Ávila e Theodora, alunas do curso de Artes Visuais. As paredes do corredor dialogam por meio de duas séries narrativas que têm como tema comum a formação do indivíduo pelas transformações decorridas no espaço-tempo. “Trata-se das memórias, de como elas formam os indivíduos e as marcas que deixam”, explica a artista Isabel Ávila.
A primeira série remete a fragmentos das memórias do espaço-casa, que se perdem no tempo, mas ainda marcam e formam seus moradores. A segunda volta-se para o espaço íntimo do corpo, numa síntese metafórica do desenvolvimento da mulher. O ambiente intimista de um lençol acompanhado de cortes e manchas marcam alguns ritos de passagem e dialogam com o desenvolvimento e traumas do universo íntimo feminino. As séries fazem uso de objetos pessoais, mas universalmente femininos, para simbolizar memórias e remontar aos acontecimentos que constroem, desconstroem e reconstroem a personalidade de um sujeito.
As instalações ficam abertas à visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h. A entrada é franca. Para mais informações acesse o site do EBA.